São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996
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Canto gregoriano se impõe além de moda e vendagem

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

É bobagem acreditar que o canto gregoriano virou novamente "moda", em razão da inesperada vendagem mundial, em 1993, do CD gravado na Espanha pelos monges do Mosteiro de Silos.
Trata-se, em verdade, de uma forma monódica, executada, sem interrupção, desde a imposição de seus cânones pelo papa São Gregório, o Grande (590-604). A longevidade é prodigiosa.
Duas novas gravações de monges brasileiros foram recentemente lançadas. A primeira, "Salmos", pelo selo Paulus, traz o grupo do Mosteiro Beneditino da Ressurreição, de Ponta Grossa, no Paraná.
O segundo, editado pela Secretaria da Cultura da Bahia, traz o coro do Mosteiro de São Bento, instalado em 1582 em Salvador.
São duas interpretações a seu modo exemplares. Os monges paranaenses cantam 15 salmos em português. Os baianos, mais ortodoxos, 18 cantos em latim.
A escolha do idioma original não dá necessariamente ao canto gregoriano uma proximidade maior com seus cânones primitivos. Essa forma de música é hoje executada da maneira com que foi transcrita, em pentagrama, por volta do século 14.
A temática dos dois CDs não é a mesma. Enquanto os salmos da gravação do Paraná são todos evocativos de alguma forma de relação à divindade, as peças da Bahia se apegam a momentos da liturgia.

Disco: "Salmos" (Beneditinos do Mosteiro da Ressureição)
Lançamento: Paulus
Quanto: R$ 17, em média

Disco: "Canto Gregoriano"
Lançamento: Secretaria da Cultura e Turismo, edição não comercializada

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