São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996 |
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CAINDO NA REDE Criada pelos EUA em 1969 e reunindo agora 25 milhões de usuários em todo o mundo, a rede mundial de computadores Internet cresceu exponencialmente no Brasil ao longo do ano de 1996. Segundo dados da Embratel, no início do ano eram 110 mil os conectados à rede. Agora o número já chega a 1 milhão. Esse boom responde a muitos fatores. Decisivo porém parece ter sido o fim da reserva de mercado. O progressivo barateamento dos microcomputadores, acompanhado, como era de se esperar, da multiplicação dos recursos colocados à disposição do consumidor pela tecnologia da informação, transformou o que antes era apenas um bem de capital num atraente bem de consumo. A Internet, que inicialmente atraía sobretudo empresários e intelectuais, passou então a desempenhar um papel fundamental na atividade de praticamente todos os profissionais liberais e agora também nas tarefas de administração doméstica. É surpreendente a rapidez desse processo no Brasil. Liberada a exploração comercial da rede em 1995, quando os usuários se concentravam praticamente apenas na comunidade acadêmica, a rede conseguiu cativar uma demanda reprimida em amplos setores da classe média. Seria talvez precipitado superestimar a influência de fatores como o frenético modismo em torno da Internet. Fenômenos como esse parecem constituir muito mais um resíduo da comprovada eficácia da rede para prover o necessário e rápido acesso à informação do que algo que por si só poderia alavancar um boom de tais proporções. Ainda que reduzida até agora a nichos de maior poder aquisitivo, a busca pela Internet é sem dúvida o modo como, acompanhando as tendências gerais da economia, os brasileiros vão entrando em sintonia com o que está além da província. Texto Anterior: CONTRA A SANGRIA Próximo Texto: O copo de FHC Índice |
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