São Paulo, quinta-feira, 8 de fevereiro de 1996
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Cragnotti quer voltar ao setor de alimentos

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O grupo italiano Cragnotti & Partners quer voltar a disputar a venda de alimentos no Brasil.
Sérgio Cragnotti, presidente do conselho de administração do grupo, chega ao Brasil no próximo dia 12 para tocar duas negociações.
Uma delas é a venda da Bombril para uma das duas interessadas: a Henkel ou a Procter & Gamble. As duas empresas não falam sobre o assunto.
A outra negociação, que deve vir na sequência, é a que trata da aquisição de uma empresa de alimentos.
A Folha apurou que a Etti, do grupo Fenícia, é a empresa que interessa ao grupo italiano.
A diretoria do grupo Fenícia informa, porém, que nunca conversou com o grupo Cragnotti & Partners sobre o assunto.
Depois que vendeu a Cica para a Gessy Lever, em 1992, o grupo Cragnotti saiu do mercado de alimentos no Brasil e se concentrou na fabricação de produtos de higiene e limpeza com a Bombril.
Agora está decidido a fazer o inverso. Na Itália, o grupo tem grande atuação na área alimentícia, especialmente no processamento de tomates.
A reviravolta do grupo no país não surpreende, já que Sérgio Cragnotti é considerado um grande empresário e um grande investidor.
Já é a segunda vez que vem ao Brasil neste ano. A informação é a de que ele vem para preparar as mudanças, que também estão acontecendo na diretoria do grupo. Aldo Marsegaglia, por exemplo, deixou o cargo de diretor-presidente do grupo no país no início de janeiro.
Bombril
Na negociação da Bombril, as cifras envolvidas seriam da ordem de US$ 375 milhões. Esta seria a quantia oferecida pela Procter & Gamble para aquisição da empresa.
Neste valor estaria incluída a compra de 75% das ações ordinárias da Bombril que pertencem ao grupo Cragnotti e de outros 25% que estão nas mãos da Henkel.
A Henkel sinaliza interesse em comprar 75% das ações ordinárias da Bombril por US$ 275 milhões, o que a tornaria dona de 100% das ações ordinárias.
A Folha apurou que Sérgio Cragnotti é quem vai bater o martelo no negócio antes do Carnaval.
A estratégia do grupo é passar rapidamente para a outra etapa, a compra da empresa de alimentos.
Só que, para isso, o grupo italiano terá de enfrentar um empecilho. É que, na venda da Cica para a Gessy Lever, se comprometeu a ficar fora do mercado de alimentos até 1998.
Ronald Rodrigues, diretor da Gessy Lever, diz que não tem detalhes do acordo feito com o grupo italiano na compra da Cica.
"Mas sei que é comum existir cláusula que força o vendedor a não entrar no mercado que saiu num determinado período."

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