São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 1996 |
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PMDB aceita aprovar acordo do Banespa
SILVANA QUAGLIO
A liderança do partido na Assembléia recebeu, ontem, do secretário Yoshiaki Nakano (Fazenda), um documento que detalha a origem da dívida do Estado para com o banco -que hoje monta a R$ 15 bilhões. O documento atesta que "desde os anos de 1982/83, não foram firmados novos contratos com o banco (exceto as operações ARO de 1990), mas tão somente, refinanciados os existentes". Com isso, o PMDB acredita que reverterá a idéia de que os governadores do partido quebraram o banco -imagem prejudicial aos candidatos do partido na eleição deste ano. O partido suspendeu a obstrução que fazia à tramitação do projeto. "Não era justo que fôssemos culpados. Seria o mesmo que culpar o Covas pelo aumento da dívida de R$ 9 bilhões para R$ 15 bilhões", disse o líder do PMDB, Milton Monti. O projeto propõe a venda de patrimônio do Estado para o pagamento de parte da dívida de São Paulo com o banco e faz parte do acordo firmado com o governo federal para suspender a intervenção. O acordo só poderá ser implementado com a aprovação da Assembléia e do Senado Federal. Enquanto o líder do governo na Assembléia, Walter Feldman (PSDB), negociava para derrubar as resistências principalmente do PT e do PMDB, o presidente do Legislativo estadual, Ricardo Tripoli (PSDB), lançou mão de artifícios regimentais para apressar a tramitação. Na semana passada, o governo tentou discutir o projeto em uma única comissão, juntando as comissões permanentes -Constituição e Justiça, Economia e Planejamento e Finanças e Orçamento. É o chamado Congresso de Comissões. Não conseguiu quórum. A obstrução do PMDB atrapalhou os planos do governo. Mesmo assim, o projeto recebeu pareceres positivos em duas comissões apenas com a apreciação de relatores especiais, cuja nomeação é permitida pelo regimento. Ontem pela manhã, Feldman se reuniu com líderes do PMDB, entregou os documentos enviados por Nakano e fechou o acordo que pôs fim à obstrução do partido. À tarde, na comissão de Finanças, houve quórum para discussão. O projeto foi aprovado por 6 votos contra dois. O PMDB votou a favor, mas com restrições. Os votos contrários foram do PT, que optou pelo "voto em separado" (não é contra o mérito, mas contra o parecer apresentado). O PT tenta incluir no projeto um modelo de banco público, que livre o Banespa das ingerências políticas que o colocaram nas dificuldades atuais. Queimada a etapa das comissões, o projeto foi, ontem à noite, para o plenário para receber novas emendas. O presidente da Assembléia deverá convocar, hoje, um Congresso de Comissões para apreciar as emendas. A partir daí, o projeto estará pronto para a votação final no plenário, o que deverá acontecer entre hoje e amanhã. Texto Anterior: BB começa processo para a securitização Próximo Texto: Fepasa vai demitir Índice |
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