São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 1996
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Crianças são principais vítimas de deslizamentos

DA SUCURSAL DO RIO

Pelo menos 15 pessoas morreram em consequência das fortes chuvas que caíram ontem no Estado do Rio. A cidade do Rio foi a área mais afetada, com dez mortos e sete desaparecidos.
O primeiro temporal, que começou de madrugada e durou cerca de seis horas, foi o mais intenso já registrado pelo Instituto de Meteorologia na zona sul da cidade (leia texto ao lado). A zona oeste também foi muito atingida.
À noite, voltou a chover com muita intensidade, provocando novos alagamentos em vários pontos das zonas sul, oeste e norte e deslizamentos nos morros da Rocinha e Vidigal (zona sul).
O trânsito, que havia ficado paralisado nas principais ruas da zona sul durante toda a manhã, voltou ao caos.
Houve também problemas em outros municípios do Estado, com um morto em Maricá e outro em São Gonçalo. Em Itaguaí (a 73 km do Rio), onde morreu uma pessoa e 300 estão desabrigadas, foi decretada calamidade pública.
Em Paraty (a 241 km do Rio, no litoral sul do Estado), uma traineira naufragou por causa do mau tempo. Duas pessoas morreram e quatro estão desaparecidas.
Em Angra dos Reis, um barco desapareceu com dez pessoas. Em Jacarepaguá (zona oeste do Rio), um desabamento deixou soterradas quatro crianças que não haviam sido retiradas dos escombros até o final da noite.
As favelas do Vidigal e da Rocinha, na zona sul do Rio, foram as que mais sofreram com deslizamentos de terra e desabamentos de casas e barracos. No Vidigal, seis crianças morreram soterradas e uma mulher desapareceu em dois desabamentos pela manhã.
O hospital municipal Miguel Couto, na Gávea (zona sul), atendeu 22 feridos do Vidigal -sendo quatro crianças. Na Rocinha, duas crianças morreram e uma mulher e sua filha não haviam sido encontradas até o final da noite.
Na Rocinha, uma casa desabou, matando as irmãs Silvana, 4, e Ledinalva Galdino de Souza, 1. Cleusa Porfiro dos Santos, 54, e a filha Maria Goriza, 11, andavam em uma rua da favela quando foram arrastadas por uma avalanche.
Toneladas de pedras e lama desabaram da Rocinha sobre uma das entradas do túnel Dois Irmãos, bloqueando as pistas da auto-estrada Lagoa-Barra. A Geo Rio e a Secretaria Municipal de Obras afirmam que somente hoje, se não houver novas chuvas, o trânsito será liberado no local.
A avenida Niemeyer, ligando São Conrado ao Leblon, também foi interditada com a queda de três barreiras. Com o fechamento da avenida e da auto-estrada, a ligação da Barra com a zona sul só era feita pelo Alto da Boa Vista (zona norte), transformando o trânsito na região em um verdadeiro caos. À noite, foi fechada também a Grajaú-Jacarepaguá.

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