São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 1996
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Deslizamentos matam 8 crianças em favelas

DA SUCURSAL DO RIO

Pelo menos 12 pessoas morreram em consequência da forte chuva que caiu durante a madrugada de ontem no Estado do Rio. A cidade do Rio foi a mais afetada, com dez mortos e três desaparecidos até o início da noite.
Os bairros mais prejudicados foram os das zonas sul e oeste, com desabamentos de casas, deslizamentos de encostas, alagamentos de ruas e garagens de prédios. Houve também uma morte em Maricá e outra em São Gonçalo.
As favelas do Vidigal e da Rocinha, na zona sul do Rio, foram as que mais sofreram com deslizamentos de terra e desabamentos de casas e barracos. No Vidigal, seis crianças morreram soterradas e uma mulher continuava desaparecida até a tarde.
O hospital municipal Miguel Couto, na Gávea (zona sul), atendeu 22 feridos do Vidigal -sendo quatro crianças. Na Rocinha, duas crianças morreram e uma mulher e sua filha não haviam sido encontradas até o final da tarde.
Na Rocinha, uma casa desabou, matando as irmãs Silvana, 4, e Ledinalva Galdino de Souza, 1. Outras duas pessoas morreram em Jacarepaguá (zona oeste).
Trânsito
Toneladas de pedras e lama desabaram da Rocinha sobre uma das entradas do túnel Dois Irmãos, bloqueando as pistas da auto-estrada Lagoa-Barra. A Geo Rio e a Secretaria Municipal de Obras afirmam que somente hoje o trânsito será liberado no local.
A avenida Niemeyer, ligando São Conrado ao Leblon, também foi interditada. A previsão era que só fosse liberada hoje.
Com o fechamento da avenida e da auto-estrada, a ligação da Barra com a zona sul só era feita pelo Alto da Boa Vista (zona norte), transformando o trânsito na região em um verdadeiro caos.
Ao todo, a Defesa Civil municipal registrou 110 atendimentos na cidade -a maior parte (38 casos) devido a deslizamentos.
Com os alagamentos, principalmente na zona sul, muitos não conseguiram chegar a tempo no trabalho. Inúmeras pessoas ficaram presas em engarrafamentos.
Mesmos os ônibus não conseguiam seguir caminho em algumas ruas, como a Jardim Botânico.
Segundo a assessoria do shopping São Conrado Fashion Mall, a maior parte das lojas não abriu.
A lagoa Rodrigo de Freitas transbordou, ajudando a alagar ruas e avenidas adjacentes. No Leblon (zona sul), vários prédios de luxo tiveram suas garagens inundadas. A água atingiu a altura dos vidros dos carros. Muitos dos veículos tiveram que ser rebocados para fora. O problema de garagens inundadas se repetiu nos bairros de Copacabana e Jardim Botânico.

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