São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 1996
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Falta de álcool anidro pode fazer governo aumentar preço da gasolina

DA SUCURSAL DO RIO; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo está estudando o aumento do preço da gasolina como alternativa para frear o consumo do produto.
A redução do consumo seria necessária porque pode haver falta de álcool anidro, usado em mistura à gasolina, na proporção de 22% por litro.
Até junho, o país precisa ter entre 220 milhões e 290 milhões de litros de álcool a mais para fazer frente ao consumo.
A avaliação é que o consumo de gasolina vem crescendo de forma muito acelerada (18% em 1995), segundo dados das distribuidoras de combustíveis, e, com isso, pressionando ainda mais o déficit já existente de álcool anidro.
Este ano ele será o maior desde a crise de abastecimento de álcool ocorrida em 1989. Um déficit de 290 milhões de litros representa o consumo de pouco mais de um mês, pelos padrões de 1995.
O álcool anidro serve apenas para ser misturado à gasolina, enquanto o hidratado, que não corre risco de faltar, abastece os veículos a álcool.
A mistura de 22% de álcool anidro à gasolina é uma determinação legal. O objetivo é reduzir o teor de poluentes emitido pelos carros.
O álcool serve também para dar maior poder de combustão à gasolina. O país vive a entressafra do produto, que vai até junho.
Outra saída para enfrentar a falta de álcool é a importação.
O ministro Raimundo Brito (Minas e Energia) vem se recusando a comentar o problema, alegando não ter domínio do assunto. O DNC (Departamento Nacional de Combustível), subordinado ao seu ministério, é o responsável pelo abastecimento do produto no país.
No DNC, a alegação é de que a responsabilidade pela oferta do álcool é do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo.
A ministra Dorothea Werneck disse ontem que o governo estuda a ampliação de subsídios para o Proálcool.

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