São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 1996 |
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Recurso de FGTS é menor que previsto
GUSTAVO PATÚ
Segundo foi definido na reunião ministerial da última sexta-feira, a CEF entraria com R$ 4 bilhões no plano oficial de geração de empregos. O dinheiro sairia do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Entretanto, a previsão de desembolsos do FGTS para 1996 é bem menor. Segundo o Orçamento do fundo publicado ontem pelo "Diário Oficial" da União, o valor fixado é de R$ 3,488 bilhões. Mais: nem todo esse dinheiro será efetivamente liberado até dezembro. As liberações, segundo a previsão da CEF, ocorrerão até 1998. Para 1996, a criação de empregos só deverá contar com R$ 2,315 bilhões do FGTS. O presidente Fernando Henrique Cardoso tem recomendado a seus ministros preocupação com projetos de combate ao desemprego, o que coincide com a posição dos aliados políticos em um ano eleitoral. Na última sexta, após a reunião ministerial, o porta-voz Sergio Amaral anunciou o volume de dinheiro a ser investido na criação de empregos: R$ 11 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), R$ 12 bilhões das estatais e R$ 4 bilhões da CEF. As cifras são calculadas como se todas as operações do BNDES e os investimentos de estatais gerassem empregos -o BNDES, por exemplo, financia privatizações que, geralmente, são acompanhadas de demissões. No caso do FGTS, o dinheiro é aplicado em financiamentos habitacionais -60% do total- e obras de saneamento e infra-estrutura urbana, que realmente geram empregos. É normal o FGTS desembolsar em um ano menos que o previsto. No ano passado, por exemplo, foram gastos cerca de R$ 800 milhões de um orçamento de R$ 1 bilhão. No programa de governo de FHC, previa-se gastar R$ 2,2 bilhões em 95. O governo ainda pretende elevar a previsão de aplicações no orçamento do FGTS para 96. O assunto tem sido discutido no Conselho Curador do fundo, formado também por representantes de trabalhadores e empresários. Segundo avaliação técnica a qual a Folha teve acesso, o Orçamento do fundo aponta uma folga de caixa superior a R$ 2 bilhões em 96, que poderia ser direcionada em parte para mais financiamentos. Consultado pela Folha, o Ministério do Planejamento avalia que deve ser considerado o Orçamento de contratações do FGTS -que leva em conta o valor total das obras financiadas, e não a liberação efetiva de dinheiro-, de R$ 3,816 bilhões para 96. "Como nós pretendemos prever mais R$ 222 milhões na próxima reunião do Conselho Curador, teremos os R$ 4 bilhões", disse Édson Ortega, diretor de Habitação da Secretaria de Política Urbana. Texto Anterior: Secretário-geral deixa a Força Sindical e faz críticas Próximo Texto: Conheça a íntegra da convenção coletiva Índice |
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