São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 1996
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Boorman faz guerra com doçura

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

É possível, mas não provável, que exista um filme de guerra mais delicado do que "Esperança e Glória" (HBO, 16h), de John Boorman.
A Segunda Guerra Mundial ali é vista pelos olhos de um menino que sofre, em Londres, com os bombardeios alemães: da destruição de sua escola ao incêndio da casa, todas as angústias e incertezas próprias a esse tipo de experiência estão ali.
Boorman promove uma disjunção entre os dois níveis do vivido e do narrado. Quem vive as coisas é o garoto. Quem as conta não é.
Não importa que o filme seja em larga medida autobiográfico: o que Boorman mostra é, antes, a guerra na memória.
Uma guerra vencida, no mais, de maneira que as recordações tornam-se uma espécie de patrimônio histórico, substituindo o que foi destruído. A glória dá a palavra final neste belo filme, não a agonia.
Complemento a calhar: o documentário "A Cadeira do Diretor - John Boorman", que o Multishow exibe às 23h30.
(IA)

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