São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 1996 |
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Irmãs Redgrave revivem 'Baby Jane'
INÁCIO ARAUJO
Não que seja novidade a produção de "remakes" para TV de filmes de sucesso, como o realizado por Robert Aldrich em 1962. Mas quem viu o primeiro filme lembra que a história era a de duas irmãs. Uma delas, Bette Davis, fora uma menina-prodígio ofuscante. Ao crescer, desapareceu. Sua irmã, Blanche (Joan Crawford), ao contrário, tornou-se uma grande estrela adulta. O filme de Aldrich vai buscá-las na velhice: Blanche, presa a uma cadeira de rodas, é cuidada pela irmã. Cuidada numas. Ela ficou paralítica depois de um acidente provocado por Jane. E Jane acha que isso está longe de aplacar seu ciúme: continua louca para infernizar a irmã. O importante neste inédito de 1990 é o fato de reunir duas irmãs de um clã famoso: Vanessa (Blanche) e Lynn Redgrave (Jane). Há algo de perverso na escolha do elenco: ambas são ótimas atrizes, mas Lynn, a gordinha, nunca alcançou o destaque de Vanessa. Não é o aspecto perverso, no entanto, o que importa. E sim a possibilidade de ver as duas irmãs desenvolverem um trabalho conjunto, num filme cujo fundamento é o trabalho das atrizes. À 1h10, a Globo exibe "Os Maridos", de John Cassavetes. Cassavetes foi o marido de Mia Farrow em "O Bebê de Rosemary", de Roman Polanski. Ao contrário do resto do mundo, Polanski odiou o contato. Até hoje, só tem palavras de menosprezo em relação a Cassavetes. O que talvez seja compreensível. Polanski representa o máximo de profissionalismo. Cassavetes faz do amadorismo o fundamento de seu trabalho. Amadorismo, isto é: o fundamento de seu trabalho é o prazer de trabalhar. Texto Anterior: Vou sair no Bloco do Balança a Rolha! Próximo Texto: Boorman faz guerra com doçura Índice |
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