São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 1996
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Direita religiosa determinou resultado

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O excelente desempenho de Pat Buchanan nas convenções de Iowa se deve à afinidade entre seu discurso e as convicções da direita religiosa dos Estados Unidos.
Buchanan se rotula como o "verdadeiro defensor dos valores conservadores" da campanha e está conseguindo atrair os eleitores que se identificam com eles.
Os pontos essenciais de sua plataforma são: proibição do aborto, protecionismo aos produtos norte-americanos no comércio internacional, defesa da família e da moral, menor ação dos Estados Unidos no exterior.
A abstenção, muito superior à estimada (calculava-se que 130 mil pessoas votariam em Iowa) também ajudou Buchanan: seus eleitores, comprometidos com idéias, tendem a ter altos níveis de participação.
Patrick Buchanan, 57, casado, sem filhos, católico, sempre trabalhou como jornalista, exceto entre 1966 e 1974, quando escreveu discursos para Richard Nixon, e 1985 e 1987, quando foi assessor de comunicação de Ronald Reagan.
Seu mais recente emprego foi o de co-âncora do programa "Crossfire" (Fogo Cruzado), na rede de TV paga a cabo CNN.
Em 1992, Buchanan foi o único oponente do então presidente George Bush na disputa pela candidatura presidencial republicana.
Ele obteve surpreendentes 37% dos votos na primária de New Hampshire daquele ano (Bush teve 53%). No final da campanha, havia recebido votos de 22,8% das pessoas que participaram do processo de seleção do candidato.
Lamar Alexander também pode se sentir revigorado com os números de Iowa. Ele foi o preferido de 46% das 16 mil pessoas que basearam sua decisão na avaliação de quem tem as maiores chances de derrotar Clinton em novembro.
Nesse grupo, Buchanan só teve 7% dos votos (mesma porcentagem de Forbes; Dole teve 33%).
Alexander ainda foi o favorito (31%) entre os eleitores que disseram ter decidido seu voto nos últimos três dias, o que indica que sua candidatura pode estar em rota ascendente.
Casado, quatro filhos, presbiteriano, Alexander, 55, é advogado, foi governador do Estado do Tennesse, sul do país, reitor da Universidade do Tennesse, e secretário da Educação no governo George Bush.
(CELS)

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