São Paulo, quarta-feira, 21 de fevereiro de 1996
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Campanha vai combater tráfico de animais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis), Raul Jungman, que anunciou que vai recorrer à Justiça para tentar proibir e controlar o uso de animais em comerciais, definiu a outra frente de batalha a abrir no próximo mês.
"Em março vamos lançar uma megacampanha contra o tráfico de animais", disse ele ontem.
A campanha está sendo produzida pela agência Caio Domingues, uma das maiores empresas de publicidade do Brasil, e terá o seguinte slogan: "Quem ama não compra".
O slogan é um trocadilho em cima da frase "Quem ama não mata" -usada por grupos feministas no final dos anos 70 como lema da campanha contra os assassinatos de mulheres por maridos que alegavam ter cometido os crimes em nome da paixão.
A campanha contra o tráfico de animais vai usar toda a mídia e deve espalhar pelo menos 150 mil cartazes por todo o país e distribuir cerca de 1 milhão de kits pelas escolas.
"É uma forma de atenuar essa deseducação promovida por comerciais como o da Pepsi. Esses comerciais transformam a natureza em algo inferior e legalizam a idéia de que, por isso, o homem pode tudo contra ela", disse.
Como presidente do Ibama, Jungman pediu à procuradoria do órgão que recorra à Justiça para retirar os comerciais da Pepsi do ar.
Na sua interpretação, existe crueldade no trato dos macacos que protagonizam os comerciais.
Os filmes foram produzidos no exterior, mas, para Jungman, "não está em questão o local da produção".
"O que eu questiono é o sentido educacional dessa propaganda."

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