São Paulo, quarta-feira, 21 de fevereiro de 1996
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Líder das Mães da Praça de Maio acusa polícia por agressão física

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

A presidente da Associação das Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, 67, disse ter sido agredida ontem por policiais na sede da Guarda de Infantaria da Província de Buenos Aires, em La Plata, Argentina.
Ela sofreu um corte na cabeça (que resultou em três pontos), golpes de escudos e coronhas por todo o corpo. Jornalistas também disseram ter sido agredidos.
Ela havia entrado no edifício para tentar contato com 250 estudantes presos na manhã de ontem, depois de uma manifestação contra a Lei de Ensino Superior, que restringe a autonomia das universidades públicas e permite a cobrança de mensalidades dos alunos.
"Foi a primeira vez que me atacaram de maneira tão bruta", afirmou Hebe à Folha, pouco antes de encabeçar outro protesto contra a prisão dos estudantes. "Os policiais me atacaram como feras."
Hebe preside a entidade que exige o esclarecimento do destino dos desaparecidos políticos, dentre os quais seus três filhos, durante o governo militar (1976-1983).
O local onde foi agredida e onde estão presos os estudantes é um antigo centro de tortura.
Quatro estudantes detidos, do grupo de esquerda Quebracho, foram acusados de envolvimento em incidentes anteriores e encaminhados ao juiz federal Manuel Blanco.
Em Buenos Aires, estudantes organizaram um enterro simbólico da Presidência da Nação diante do Ministério da Educação. Exigiram a revogação da nova lei e a liberação dos companheiros detidos.

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