São Paulo, quarta-feira, 21 de fevereiro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Comparecimento a prévia nos EUA supera expectativa
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
O primeiro fato estava sendo interpretado ontem à tarde como indício favorável a Lamar Alexander e o segundo a Bob Dole, que disputavam com Pat Buchanan o primeiro lugar na primária do Partido Republicano, de oposição. Os resultados seriam conhecidos após as 20h locais (22h em Brasília). Abstenção alta favoreceria Buchanan, que tem o maior índice de rejeição entre os eleitores republicanos, mas conta com os militantes mais comprometidos com sua candidatura, e prejudicaria Dole. O bom tempo durante o dia (chuva leve pela manhã e céu encoberto à tarde, temperatura média de 2oC) ajudou o alto comparecimento. A maior disposição dos independentes em votar na eleição republicana (onde estava a ação, já que na democrata o presidente Bill Clinton concorreu sozinho) prejudica Dole, favorito dos republicanos tradicionais. Baseados nos primeiros números de pesquisas de boca-de-urna, calculava-se que até 25% dos votos na primária republicana poderiam ter vindo de independentes (em geral, essa porcentagem é inferior a 15%). Para Dole, 72, que em janeiro estava 30 pontos percentuais acima de Buchanan nas pesquisas de intenção de voto, o que importava ontem era não perder: "Espero uma grande vitória, mas se ganhar por um voto está bom". Esta é seu terceiro New Hampshire. Em 1980, teve 1% dos votos (Ronald Reagan venceu com 49,6%); em 1988, 28,4% (George Bush ganhou com 37,6%). Buchanan, 57, passou o dia ao telefone, em entrevistas a emissoras locais de rádio e em contato com seus cabos eleitorais. Em 1992, na primeira eleição de sua vida, ele conseguiu surpreendentes 37,4% dos votos em New Hampshire (contra 53% de George Bush). Alexander, 55, usou seus últimos apelos para atacar os adversários: "Dole tem idéias velhas, Buchanan tem idéias erradas e Forbes não tem idéias", dizia a eleitores em filas de votação. Ontem foi sua primeira primária presidencial. Forbes, 48, reafirmou que vai se manter na campanha até a convenção nacional republicana. A de ontem foi sua primeira eleição. O empresário foi quem mais gastou na campanha de New Hampshire: cerca de US$ 2 milhões. Em seguida, vieram Dole, com US$ 1 milhão, Alexander com US$ 700 mil e Buchanan com US$ 350 mil. A pesquisa de boca-de-urna indicou que a maioria absoluta dos eleitores republicanos se mostrava insatisfeita com os anúncios negativos (de ataques a outros candidatos) que dominaram a campanha em New Hampshire. Ela também mostrou que se o general Colin Powell tivesse participado da primária dos republicanos, ele a teria vencido por larga margem. A maratona da campanha presidencial norte-americana prossegue sábado, com a primária do Estado de Delaware, que vai selecionar 12 delegados à convenção republicana (a de New Hampshire selecionou 16). Na terça-feira que vem acontecem as primárias de Arizona (39 delegados), Dakota do Norte (18) e Dakota do Sul (18). Até 26 de março, dois terços dos delegados terão sido selecionados e o candidato do Partido Republicano à Presidência do EUA estará definido. Texto Anterior: Parabéns, macaco Próximo Texto: Vila de 30 habitantes vota primeiro Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |