São Paulo, quarta-feira, 21 de fevereiro de 1996
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O futebol, lá e aqui

Dando mais um passo rumo à abolição das fronteiras econômicas entre os 15 países da União Européia, as associações européias de futebol acabam de revogar dispositivo segundo o qual cada time de futebol só poderia atuar com três jogadores estrangeiros. A partir de agora esse número é ilimitado para os países da UE. Mas para atletas de outros países, como o Brasil, a antiga restrição continua a existir.
A medida atinge em cheio a tradicional transferência de jogadores brasileiros para aqueles países. Com elevadíssima cotação no mercado internacional, os craques nacionais provavelmente se tornarão menos atrativos aos europeus, que poderão agora montar boas equipes com os jogadores da UE.
Com bons jogadores permanecendo por mais tempo no país, certamente o futebol brasileiro ganha. O irrefreável êxodo de craques a partir de meados de 70 contribuiu decisivamente -até poucos anos antes da vitória na Copa do Mundo de 94- tanto para a baixa na qualidade dos jogos quanto para o desinteresse das torcidas pelo futebol.
Com a provável queda na cotação internacional dos passes, é possível que os jogadores brasileiros passem a pressionar dirigentes de clubes e federações, assim como os congressistas, para a extinção da malfadada Lei do Passe, que hoje vincula um jogador a seu clube sob cláusulas excessivamente rigorosas, dificultando tanto as transferências quanto as renovações de contrato. A partir daí, o mercado interno também sairá ganhando.

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