São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
BC vai rastrear empréstimos
CARI RODRIGUES
Há indícios de que os credores podem ser fantasmas e as operações fictícias. Os técnicos do BC precisam descobrir se as operações existiram, a que se destinavam, se os valores estão corretos e, por último, por que nunca foram quitadas. Os advogados de clientes e as empresas que estão nos arquivos do Nacional como credores duvidosos serão chamados para dar explicações e ajudar nas investigações. Isso no caso de serem encontrados. Uma das dificuldades do BC é que o Nacional só guardava em fitas magnéticas as operações dos últimos dois anos. O restante fica registrado em microfilmes, o que torna o levantamento ainda mais demorado. Existem suspeitas de que foi montado um esquema no Nacional para burlar a fiscalização do BC. A Folha apurou que toda vez que o BC pedia relatórios para exame das contas os responsáveis alegavam que teriam que parar o sistema de informática e isso prejudicaria as operações do Nacional. Os argumentos do Nacional para não abrir suas contas ao BC foram apresentados informalmente e não há um documento para comprovar que o banco da família Magalhães Pinto queria manter a fiscalização longe de suas contas. Até agora, o BC conseguiu descobrir microempresas que receberam empréstimos de R$ 8 milhões e desde 1987 não pagaram seus débitos.. Outra estratégia para burlar o BC foi diluir os pequenos empréstimos dentro de grandes operações. A fiscalização do BC é por amostragem e, assim, ficava mais difícil detectar as supostas irregularidades. No caso do Nacional, investigações serão feitas caso a caso, empréstimo por empréstimo. Texto Anterior: Rombo do Nacional pode chegar a R$ 5 bi Próximo Texto: Econômico custa R$ 28,2 mi por mês ao BC Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |