São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 1996
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Líder não 'sabe' que vai negociar reforma

DA REPORTAGEM LOCAL

A indicação de Santos foi divulgada pela Folha no último dia 16. "Soube através dos jornais, quando viajava para Punta del Este", afirmou o deputado. Ele retornou ao Brasil na sexta à noite.
"A iniciativa de propor o meu nome, o que muito me honra, foi do deputado Moreira Franco (PMDB-RJ) (relator da Comissão Especial que discute a proposta do governo). Ele telefonou para dizer que havia estado com o presidente Fernando Henrique Cardoso e que eu havia sido escolhido."
Antes da indicação era o ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, da Administração, quem vinha conduzindo as negociações em nome do governo FHC.
Santos disse que se sente "gratificado" com os elogios do presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, à sua indicação (Vicentinho disse que Santos era "respeitoso"), e dos líderes do PSDB, José Aníbal (SP), e do PMDB, Michel Temer (SP).
O líder do governo afirmou que a primeira coisa que fará quando descer hoje, em Brasília, será procurar seu colega Moreira Franco. "A Câmara está com a palavra."
Na opinião do deputado, a discussão da reforma administrativa tem de incluir todos os setores organizados da sociedade: "Não se faz reforma profunda do Estado sem a sociedade, e muito menos contra ela. Meu procedimento será ouvir, com muita paciência."
Na opinião do deputado, o diálogo com as centrais sindicais e outros setores em torno das reformas não tira nenhuma prerrogativa do Congresso. "Ao contrário, abre e democratiza o debate."
Santos acha que o grande desafio é fazer uma reforma tão profunda quanto a de 1930: "A diferença é que aquilo aconteceu mediante processo revolucionário."
"Os setores que ameaçavam com a greve geral foram incorporados ao debate, coisa inédita na nossa história, e tiveram um canal aberto para expor reivindicações."

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