São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 1996
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'Patricinhas de esquerda' entram na disputa

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

As torcidas de Luiza Erundina e Aloizio Mercadante mostraram que a disputa será marcada aparentemente pela militância classe média versus militância da periferia.
Na claque do ex-deputado, destacam-se as "patricinhas de esquerda". São meninas bem vestidas, típicas da geração que lota os shopping centers.
A turma da ex-prefeita está repleta dos chamados "amassadores de barro", como são definidos aqueles militantes do subúrbio mais ligados às atividades petistas.
Muitas professoras da rede municipal, por exemplo, faziam parte dessa torcida no debate de ontem em Campo Limpo.
Tereza Lajolo, com menos chance na disputa interna do PT, leva pouca gente aos debates, mas trata-se de uma militância barulhenta, capaz de energizar a pré-candidata com os seus gritos de guerra.
Já foram realizados três debates de uma série de 14 encontros que agitarão a militância do PT até a eleição prévia, em abril.
Nos dois embates do final de semana, os petistas da platéia incentivaram uma espécie de "lavagem de roupa suja" entre os dois pré-candidatos. Tratavam dos erros do partido e das suas principais estrelas nos últimos anos.
Os mais ligados a Mercadante tentavam colocar Erundina no canto da parede, apontando "defeitos" da sua administração na Prefeitura de São Paulo.
A torcida de Erundina foi ao microfone e cobrou Mercadante pela sua performance como "economista-mor" do partido.
Para vários militantes, o ex-deputado levou o partido a errar na avaliação do Plano Real, no momento em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disputava a Presidência com Fernando Henrique Cardoso, em 1994. E isso teria levado ao fracasso petista.
A maior parte dos torcedores-militantes que comparecem aos debates já está com seu voto definido.
(XS)

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