São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 1996
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Seis morrem em 2 chacinas em SP

CLAUDIO AUGUSTO; ROGERIO WASSERMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

Seis pessoas morreram em duas chacinas neste fim-de-semana em São Paulo. A primeira ocorreu na tarde de sábado, na Barreira Grande (zona leste). A segunda, na estrada de M'Boi Mirim (zona sul), na madrugada de ontem.
Considerando-se esses dois crimes, 30 pessoas morreram em 9 chacinas na Grande São Paulo apenas neste ano.
No sábado, três homens foram mortos com tiros na cabeça na estrada da Barreira Grande, às 13h30. Três pessoas desconhecidas foram vistas fugindo a pé.
Um dos mortos, aparentando 25 anos, continuava sem identificação até ontem. Os outros dois mortos são o mecânico Luís Carlos Resende, 29, e o desempregado Maurício Resende, 25.
Os três ainda foram socorridos e levados ao hospital de Jardim Iva, onde morreram logo em seguida.
Apesar do crime ter sido cometido durante o dia, quando havia muita gente na rua, os vizinhos evitam comentar o assunto.
A rua onde o crime ocorreu é ocupada basicamente por bares e outras atividades comerciais.
Uma moradora da estrada Barreira Grande, que não quis se identificar, afirmou desconfiar de que o crime foi um acerto de contas entre traficantes de drogas.
O caso está sendo investigado pelas equipes do 41º Distrito Policial. Mas a polícia ainda não tinha, até o início da noite de ontem, nenhuma pista que pudesse ajudar a esclarecer o crime.
M'Boi Mirim
Ricardo Ribeiro Alves, 18, Alessandro Dias Silva, 16, e Carlos Alberto dos Santos, 16, foram mortos por volta das 2h de ontem, na avenida M'Boi Mirim.
Eles estavam conversando na rua quando foram atingidos por três homens que saíam de um baile.
Ricardo, que estava armado, respondeu aos tiros. Ele empurrou William Oliveira Santos, 18, e o menor A.L.S, 17, para trás de uma mureta.
Mesmo assim, William e A.L.S. foram atingidos na perna. Os dois foram socorridos no pronto-socorrro do Campo Limpo. Alessandro também foi removido para o PS, mas ele havia sido atingido na cabeça e não resistiu.
Os três homens que começaram o tiroteio fugiram a pé. Testemunhas afirmaram que dois deles saíram feridos do confronto.
A Folha conversou com familiares dos dois sobreviventes. De acordo com eles, não há explicação aparente para o tiroteio da madrugada de domingo.
"Eles não tinham envolvimento com droga, com certeza. O Ricardo andava armado, pode ter sido um acerto de contas com ele", disse um dos vizinhos dos rapazes, que pediu para não ser identificado.
Ele disse ter medo de represálias por parte dos três desconhecidos que mataram os rapazes.
O enterro dos três aconteceu ontem à tarde, no cemitério Parque das Cerejeiras (zona sul).
Os investigadores do 47º Distrito Policial não tinham nenhuma pista para esclarecer o crime até a noite de ontem.

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