São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 1996
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Reforma no ensino deixa 700 sem aula em Santos

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A reorganização das escolas no município de Santos está retardando o início das aulas de cerca de 700 alunos de 5ª a 8ª série.
O problema surgiu porque a construção da nova escola para a qual esses alunos seriam transferidos só vai ficar pronta em maio.
Santos (no litoral de São Paulo) é o único município do Estado que fez a reorganização de sua rede junto com a rede estadual -ou seja, também criou escolas para atenderem apenas alunos de 1ª a 4ª série e outras para a 5ª a 8ª.
A prefeitura propôs aos pais dos 700 alunos alugar uma escola particular em outro bairro -por cerca de R$ 10 mil a R$ 12 mil ao mês- e oferecer transporte gratuito enquanto termina a obra.
Os pais criticam a reorganização e defendem que, já que não há a nova escola, eles deveriam ficar na escola de origem. Enquanto isso, os alunos ficam sem aulas.
"Nós temos um problema sério de espaço urbano em Santos e só conseguimos terreno para essa escola no segundo semestre de 95", afirma a secretária Municipal de Educação, Luzia Neofiti, 37.
Outras duas escolas estão com o mesmo problema, mas os pais aceitaram a solução provisória.
"O que os pais não estão entendendo é o ganho de qualidade no ensino que teremos com essa reorganização", diz Neofiti.
Como fez a reforma junto com o Estado, Santos conseguiu oferecer turno de cinco horas diárias para todos os seus 80 mil alunos -municipais e estaduais.
No Estado de São Paulo, ainda há cerca de 1,5 milhão de alunos que estudam em escolas com três ou mais turnos por dia.
Enquanto o investimento médio por aluno por ano no Estado é de R$ 400 a R$ 500, em Santos -que também tem rede de creches- é de R$ 1.500.
Em muitas das 6.716 escolas da rede estadual -74% delas reorganizadas- o início das aulas está sendo um período de adaptação.
A escola Oswaldo Aranha, no Brooklin (zona sul), que estava com 8 das 26 salas sem carteiras, recebeu no sábado o mobiliário da Escola Diva Maria de Toledo -desativada pela reforma.

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