São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 1996
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Capital registra 53 assassinatos

DA REPORTAGEM LOCAL

A cidade de São Paulo registrou pelo menos 53 homicídios neste fim-de-semana, entre sexta-feira e domingo, segundo o IML (Instituto Médico Legal).
O recorde de assassinatos num fim-de-semana ocorreu em junho de 1995, quando 64 pessoas foram mortas.
Durante o Carnaval, das 7h de sexta-feira até as 7h da Quarta-Feira de Cinzas, 106 pessoas foram assassinadas na cidade de São Paulo. Em todo o Estado, o total de homicídios chegou a 219.
Entre os 53 homicídios deste fim-de-semana, há seis vítimas de duas chacinas nas zonas sul e leste da cidade.
O primeiro crime ocorreu na tarde de sábado, na Barreira Grande (zona leste). O segundo, na estrada de M'Boi Mirim (zona sul), na madrugada de ontem.
Com esses dois crimes, sobe para 30 o número de pessoas foram assassinadas em 9 chacinas na Grande São Paulo só neste ano.
No sábado, três homens foram mortos com tiros na cabeça na estrada da Barreira Grande, às 13h30. Três pessoas desconhecidas foram vistas fugindo a pé.
Morreram o mecânico Luís Carlos Resende, 29, e seu irmão, o desempregado Maurício Resende, 25, que cumpria pena em regime semi-aberto.
A terceira vítima, um homem negro aparentando 25 anos, não foi identificado.
Apesar de o crime ter acontecido durante o dia, os vizinhos evitam comentar o assunto.
Uma moradora da estrada Barreira Grande, que não quis se identificar, afirmou desconfiar de que o crime seja um acerto de contas entre traficantes de drogas.
O caso está sendo investigado pelas equipes do 41º DP. Mas a polícia ainda não tem nenhuma pista para esclarecer o crime.
M'Boi Mirim
Ricardo Ribeiro Alves, 18, Alessandro Dias Silva, 16, e Carlos Alberto dos Santos, 16, morreram por volta das 2h de ontem, na estrada de M'Boi Mirim. Eles foram alvejados por três homens que saíam de um baile.
Antes de ser atingido, Ricardo -que estava armado- revidou. Ele empurrou William Oliveira Santos, 18, e o menor A.L.S., 17, para trás de uma mureta.
William e A.L.S. foram atingidos na perna. Os dois foram socorridos no pronto-socorrro do Campo Limpo e já tiveram alta.
Os três homens que começaram o tiroteio fugiram a pé. Testemunhas afirmaram que dois deles saíram feridos do confronto.
Para os familiares de William e A.L.S., não há explicação aparente para o tiroteio de domingo.
"Eles não tinham envolvimento com droga, com certeza. O Ricardo andava armado, pode ter sido um acerto de contas com ele", disse um dos vizinhos, que pediu para não ser identificado por temer represálias.
Os investigadores do 47º DP não têm pistas sobre o crime.

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Sobre violência na pág. 3

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