São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 1996 |
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'Arrastão' leva alunos de volta às escolas no Paraná
JOSÉ MASCHIO
Eles percorrem as casas nas zonas urbana e rural à procura de crianças em idade escolar que estejam fora da escola. A experiência já dura quatro anos. Uma lei municipal, de 1991, obriga crianças a partir dos seis anos a ingressar na rede municipal de ensino. Quando há resistência dos pais, a Justiça é acionada. Para o prefeito Luiz Lázaro Sorvos (PTB), os arrastões são necessários porque o início das aulas coincide com o início da colheita de algodão no município. "As crianças são desviadas da escola para trabalhar como bóias-frias." Segundo ele, para que isso seja evitado, a prefeitura fornece uma cesta básica para cada aluno carente que frequenta as aulas. A cidade tem 50% dos 5.000 habitantes trabalhando como bóias-frias. Sorvos (PTB) disse que os arrastões têm dado resultados. "O índice de analfabetismo em crianças de 7 a 15 anos praticamente zerou em Nova Olímpia", disse. Neste ano, os arrastões já garantiram a criação de cinco novas turmas na rede estadual de ensino, que, no município, atende somente o 2º grau. Existem, segundo ele, 1.700 alunos matriculados na rede pública de ensino no município. O prefeito disse que o objetivo agora é matricular adultos no ensino supletivo do município. "Não podemos obrigar os pais a estudarem, mas estamos fazendo arrastões de convencimento para isso". O Código Penal Brasileiro considera atentado contra a humanidade e crime de abandono intelectual deixar crianças em idade escolar (7 a 14 anos) sem instrução primária. A Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente atribuem à família, à sociedade e ao Estado o dever legal de oferecer estudo às crianças. Texto Anterior: Capital registra 53 assassinatos Próximo Texto: Cidade usa 'isca' para crianças Índice |
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