São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 1996
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Arílson aproveita folga e foge da seleção

MÁRIO MAGALHÃES e MARCELO DAMATO

MÁRIO MAGALHÃES; MARCELO DAMATO
ENVIADOS ESPECIAIS A TANDIL (ARGENTINA)

O jogador Arílson Gilberto da Costa, 22, fugiu sábado, por volta de 19h15, da concentração da seleção brasileira pré-olímpica de futebol, na cidade argentina de Tandil (380 km ao sul de Buenos Aires).
Ele estava revoltado por não jogar e não ficar nem no banco de reservas nas três partidas da equipe na competição.
Arílson pegou parte de suas roupas no quarto, vestiu terno, chamou um táxi e viajou para Buenos Aires, onde ontem de manhã pegou avião para Porto Alegre.
Lá, ele alugou um Tempra e foi para sua cidade natal, Bento Gonçalves, na serra gaúcha.
À tarde, assistiu em Caxias do Sul à partida entre Juventude e Esportivo, clube que o revelou.
É a primeira vez que um jogador abandona a seleção durante um torneio oficial, disse o técnico Mario Jorge Zagallo.
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, anunciou o banimento de Arílson da seleção. "Nunca mais ele joga aqui", afirmou.
Zagallo disse que "Arílson traiu os companheiros. Traiu o seu país, sua pátria. Deu um chute na gente. Aqui não o quero mais."
O jogador foi titular na Copa Ouro, em janeiro. No Pré-Olímpico, perdeu a posição para Souza.
Havia dias, reclamava em público da reserva. "Não vim para ficar assistindo a jogo nesse frio", disse quando o Brasil pegou a Bolívia.
Na semana passada, o jogador pediu para ser liberado. Ele queria viajar para a Alemanha e jogar dia 27 pelo seu clube, o Kaiserslautern. Voltaria no dia seguinte para a Argentina, segundo ele.
Na quarta-feira, recebeu a visita do gerente de futebol do Kaiserslautern, Reiner Geyer, que pediu a Arílson que pressionasse a comissão técnica pela liberação.
Na quinta-feira, Arílson pediu sua dispensa definitiva -queria ser cortado. Não conseguiu.
Ele saiu do spa Posada de los Pájaros, onde a delegação se hospeda, após o almoço de sábado, quando o time teve folga.
Por volta de 18h25, deixou o centro da cidade e voltou para o spa. Lá, arrumou uma pequena valise e foi embora.

LEIA MAIS
sobre o caso Arílson na pág. 7

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