São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 1996
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EUA recorrem à ONU contra Cuba

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O governo dos EUA chamou o ataque de Cuba a dois aviões civis de "violação das normas de comportamento civilizado" e convocou reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
O presidente Bill Clinton, que horas depois do incidente o condenou "nos termos mais fortes possíveis", vai anunciar hoje diversas retaliações.
Entre elas, a suspensão de todos os vôos entre os dois países e o fim das autorizações para remessa de dinheiro dos EUA para Cuba.
Os aspirantes à candidatura presidencial pelo Partido Republicano, de oposição, se apressaram em responsabilizar a política de Clinton para Cuba pelo incidente.
No dia 12 de março, o Estado da Flórida, onde a comunidade cubana tem grande importância política, realiza sua eleição primária, em que 98 delegados à convenção nacional republicana serão escolhidos.
O jornalista ultraconservador Pat Buchanan disse que, se fosse presidente, teria ordenado que aviões dos EUA abatessem os de Cuba.
O senador Bob Dole afirmou que, "em vez de ajudar Fidel Castro a se manter no poder", Clinton deveria apoiar as propostas de endurecimento do bloqueio econômico de 33 anos contra Cuba.
Em outubro do ano passado, o presidente assinou decreto-lei para facilitar os contatos entre organizações não-governamentais, instituições acadêmicas e empresas jornalísticas dos dois países.
A medida facilitou a viagem dos EUA para Cuba de integrantes desses tipo de entidade. Clinton também atenuou as restrições para a remessa de dinheiro dos EUA para Cuba.
A Casa Branca, sede do governo norte-americano, não afirmou que os aviões foram abatidos em espaço aéreo internacional, mas parece dispor de informações de que isso foi o que aconteceu.
Essas informações também dão conta de que pelo menos um dos aviões chegou a invadir o espaço aéreo cubano.
Mesmo que isso tenha ocorrido, o governo dos EUA vai afirmar que a reação cubana foi desproporcional.
Havia quatro pessoas a bordo dos dois aviões Cessna, pertencentes à organização Irmãos para o Resgate. Elas estão desaparecidas.

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