São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 1996
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Relator corta verbas das Forças Armadas

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relator-geral do Orçamento de 96, deputado Iberê Ferreira (PFL-RN), cortou R$ 191,8 milhões do Judiciário e R$ 319,2 milhões das Forças Armadas e Secretaria de Assuntos Estratégicos.
O objetivo do corte foi obter recursos destinados a emendas de parlamentares e de interesse dos governadores.
Esses cortes somam R$ 511 milhões e correspondem a 85% dos R$ 600 milhões que o relator-geral acrescentará aos R$ 2,5 bilhões de emendas de parlamentares já aprovadas pelos sub-relatores.
Ferreira reduziu pela metade as despesas do Judiciário com assistência médica e odontológica e processamento de causas -despesas que incluem desde lanches, instalação de computadores e gastos com papéis.
Ele cortou quase totalmente os R$ 16 milhões destinados à construção da nova sede do TST (Tribunal Superior do Trabalho) em Brasília. Deixou apenas R$ 17 mil.
"Recebo pressões diárias de ministros de tribunais e de militares reclamando dos cortes. Em vez de construir obras novas, destinei mais verbas para a saúde, saneamento, conservação de estradas e habitação", afirmou Ferreira.
Os tribunais se recusaram ontem a comentar os cortes feitos pelo relator-geral, mas já articulavam no Congresso um lobby para tentar recuperar parcela dos recursos na votação do projeto na Comissão Mista de Orçamento, prevista para a segunda semana de março.
Os principais cortes na área militar são R$ 237 milhões do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) e R$ 24,9 milhões de manutenção e reparos pela Marinha.
As assessorias parlamentares do Exército, Marinha, Aeronáutica, Estado-Maior das Forças Armadas e Secretaria de Assuntos Estratégicos já se moblizam no Congresso para tentar recompor os recursos cortados pelo relator.
O governo ainda pode lutar para incluir as verbas do Sivam no Orçamento na votação na comissão ou no plenário do Congresso.
Mesmo com os cortes, Ferreira ainda não conseguiu um acordo com o PMDB. O partido quer R$ 320 milhões para construção de rodovias. O relator prevê R$ 160 milhões para isso.

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