São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 1996
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Prefeito de Itapeva quer cobrar aluguel dos 3.200 postes da Cesp

WAGNER OLIVEIRA
ROBERTO SAMORA

WAGNER OLIVEIRA; ROBERTO SAMORA
DA AGÊNCIA FOLHA

O prefeito de Itapeva (270 km a oeste de São Paulo), Antônio Guilherme Brugnaro (PMDB), 49, determinou a cobrança de aluguel do espaço ocupado pelos postes de eletricidade da cidade.
O decreto, que vigora desde o último dia 7, estabelece uma taxa mensal de R$ 20 por cada poste. Segundo a prefeitura, há 3.200 postes nas zonas rural e urbana.
A taxa será cobrada da Cesp (Companhia Energética do Estado de São Paulo), que fornece energia para a cidade. A empresa pretende recorrer à Justiça (leia texto ao lado).
Segundo Brugnaro, a prefeitura tem um débito de R$ 340 mil em contas de energia atrasadas com a Cesp. A dívida da companhia com a prefeitura seria, segundo ele, de R$ 315 mil, decorrente de serviços de terraplanagem e pavimentação realizados em julho do ano passado.
Brugnaro disse que os problemas começaram quando a Cesp não aceitou a proposta da prefeitura de "compensar as dívidas". "Eles queriam que eu pagasse uma dívida que não foi feita nesta administração", afirmou.
"A partir do momento que a Cesp cria problemas, nós temos que tomar uma atitude drástica também. O decreto não é uma represália. Mas quando eu entro em uma briga é para valer."
O prefeito disse que o decreto prevê a cobrança da taxa retroativa há cinco anos -o que representa uma dívida de R$ 3,6 milhões.
Brugnaro disse que determinou o aluguel dos postes com base no Código Tributário do Município, que, segundo ele, permite a cobrança da taxa.
Ele cita um exemplo: "Se um pipoqueiro vier à prefeitura pedir espaço no passeio público para trabalhar, nós cobramos uma taxa dele. O mesmo acontece com a Cesp, que usa o mesmo espaço público do pipoqueiro."
Para Brugnaro, o fato de a Cesp prestar um serviço público como a distribuição de energia não a isenta de pagar a taxa.
"A Cesp é uma empresa como qualquer outra. Ela é formada por capital misto, com maioria acionária do governo", afirmou.
O prefeito disse também que a empresa passou a cobrar da população carente da cidade a instalação de postes residenciais e a expansão da rede, que antes eram gratuitos.

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