São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 1996
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BC estuda novas intervenções

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central estuda decretar novas intervenções em empresas do grupo Nacional, para continuar a investigação sobre operações supostamente fraudulentas no valor de R$ 5,3 bilhões.
Na mira do BC estão empresas não-financeiras ligadas ao banco, como a CBP (Companhia Brasileira de Participações) e a Nacional Administração e Participação.
O BC suspeita que as empresas do grupo podem ter sido usadas para que executivos do Nacional retirassem dinheiro do banco, produzido por lucros fictícios.
O esquema funcionaria assim: o ex-contador do Nacional, Clarimundo SantÁnna, controlava cerca de 650 operações-fantasmas de empréstimo, de R$ 5,3 bilhões.
Esses empréstimos não eram pagos, mas o contador os considerava no balanço, que apresentava lucro artificial, fazendo o banco distribuir dividendos aos acionistas.
A CBP possuía 23,67% do capital acionário do Nacional, e a Nacional Administração e Participação, 23,02%. As duas empresas levaram quase metade dos dividendos. O BC quer descobrir para onde foram os recursos.
Raciocínio semelhante fez o BC intervir este mês na Econômico S/A Empreendimentos, principal devedora do Banco Econômico e ligada ao mesmo grupo.
A Procuradoria dos Direitos do Cidadão estuda encaminhar à Justiça ação de improbidade administrativa contra diretores do BC.
O Ministério Público avalia que a injeção de R$ 4,6 bilhões do programa de apoio às fusões do sistema financeiro no negócio entre o Nacional e o Unibanco representa lesão ao patrimônio público.

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