São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Conselho de Segurança ignora chanceler cubano

CELS
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Roberto Robaina, não foi ouvido pelo Conselho de Segurança da ONU antes da decisão tomada ontem de manhã de "vigorosamente deplorar" a ação cubana de sábado.
Apesar da disposição do representante da China de só deliberar depois de ouvir Robaina, prevaleceu a tese dos EUA (que presidem o conselho no mês de fevereiro, num esquema de rotatividade) de resolver antes de ele chegar.
Robaina diz dispor de provas de que os dois aviões da Irmãos para o Resgate invadiram de forma deliberada o espaço aéreo cubano.
Para os EUA, não importa onde eles estavam porque, segundo seu argumento, a Convenção de Chicago proíbe que aviões civis sejam abatidos por aparelhos militares.
Robaina também argumentaria que a Irmãos para o Resgate vinha realizando sucessivos atos de provocação contra Cuba e tem como objetivo desestabilizar o governo. O ato de sábado, nesse raciocínio, foi de legítima defesa.
O governo dos EUA admite ter tentado restringir os vôos da Irmãos para o Resgate, com o objetivo de evitar incidentes como o de sábado.
Cuba argumenta que deu diversos avisos nos últimos meses à entidade de que se as invasões de seu espaço aéreo não cessassem, medidas duras poderiam vir a ser tomadas contra os aparelhos que as realizassem.
O governo dos EUA também reconhece que o de Cuba chegou a mandar quatro notas diplomáticas ao Departamento de Estado, na qual alertava que não iria mais tolerar invasões de seu espaço aéreo e pedia a intervenção norte-americana para que elas parassem de ocorrer.
Mas o Departamento de Estado também diz ter respondido a Cuba com um pedido para que não retaliasse com violência contra a Irmãos para o Resgate porque qualquer agressão seria inaceitável para os EUA.

Texto Anterior: AS TRÊS VERSÕES
Próximo Texto: Serviços on-line vão à Justiça contra Clinton
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.