São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 1996
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Guerra fiscal; Náufragos; Retificação; Honorários médicos; Ataque cubano; Lavagem; Protesto carnavalesco; Leigos; Aniversário

Guerra fiscal
"O artigo dos procuradores do Estado de São Paulo srs. Juan Francisco Carpenter e Marcos Ribeiro de Barros, publicado em 24/2, merecia ter tido um destaque, chamada da primeira página, dada a importância desse assunto, principalmente quanto aos efeitos que essa chamada guerra fiscal provocará, no futuro, nos interesses do nosso já combalido Estado. A quase totalidade dos generosos benefícios fiscais são e serão absorvidos pelas multinacionais da indústria automobilística, que por sinal são as que mais lucram e mais demitem trabalhadores. Quem prevê que as montadoras continuarão a demitir é um dirigente da Ford, que por sinal deve esclarecer, conjuntamente com o governo de São Paulo, quais foram os prejuízos causados ao Estado com o fechamento da fábrica de tratores de São Bernardo do Campo e a venda para outra marca que se instalou no Paraná, já que a mesma (Ford) recebeu muitos incentivos quando aqui se instalou."
Nilson Baracat (Fernandópolis, SP)

Náufragos
"Quando chove em nossas cidades, as próprias águas espelham bem o que temos como governantes. É o chamado espelho d'água, que reflete nossa atual situação de meros náufragos contribuintes."
Roberto Gomes Caldas Neto, presidente da Associação Brasileira de Defesa do Contribuinte -ABCD (São Paulo, SP)

Retificação
"Na ocasião do encerramento da exposição 'Miró -Caminhos da Expressão', venho parabenizar a Folha pelas excelentes reportagens que realizou, abordando com muita competência a obra do mestre catalão. Não posso, entretanto, reiterar a mesma intenção para a reportagem na Ilustrada de 16/2 sobre a exposição que o MAM deverá realizar em maio com o artista plástico Ron Wood. Refiro-me aos equívocos no que diz respeito à mostra no Museu de Arte Moderna e particularmente à minha pessoa. Gostaria de esclarecer que o Museu de Arte Moderna, do qual sou presidente-executiva, vai expor a partir de 7 de maio cerca de 23 trabalhos do referido artista, entre óleos, pastéis e desenhos, compondo uma exposição sob a curadoria da consultora de artes plásticas Marcia Marcondes, que apresentou um projeto ao Museu baseado nas obras que escolheu depois da visita que fez ao ateliê do artista nos arredores de Dublin, Irlanda. O projeto da curadora foi aprovado pelo MAM, para serem exibidas as obras originais, deixando o segmento das gravuras na exposição simultânea que vai acontecer na Galeria Nara Roesler."
Milu Villela, presidente-executiva do Museu de Arte Moderna -MAM (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Mônica Maia - A informação sobre a curadoria da exposição de Ron Wood no Museu de Arte Moderna, publicada na edição da Ilustrada de 16/2, foi fornecida pelo diretor técnico do Museu, Tadeu Chiarelli, na noite do dia 14/2.

Honorários médicos
"A classe médica brasileira foi sacudida pela decisão absurda e truculenta tomada pelo Cade em 14/2 contra a tabela da AMB. Absurda, pois nenhum dos argumentos apresentados pela Associação Médica Brasileira foi considerado. Truculenta, porque seus conselheiros insistiram em analisar o caso, mesmo tendo em mãos uma decisão judicial do Superior Tribunal de Justiça determinando a suspensão do julgamento. A Associação Médica Brasileira não aceitará essa decisão, porque ela fere a ordem jurídica e atinge a dignidade da classe. Além do mais, a retirada da sua Tabela de Honorários, que há anos norteia e baliza o sistema de convênios, com certeza irá gerar um caos no relacionamento médico-paciente."
Antonio Celso Nunes Nassif, presidente da Associação Médica Brasileira -AMB (São Paulo, SP)

Ataque cubano
"O covarde ataque aos aviões civis dos 'Hermanos al Rescate', organização que já salvou milhares de irmãos cubanos na fuga suicida pelo mar do Caribe em busca de liberdade, mais uma vez prova que o ditador Fidel Castro não muda e continua o mesmo. Mas mesmo assim o governo brasileiro, que hoje está apinhado de muitos antigos 'camaradas', venera e bajula o sanguinário déspota como se fosse Deus. Será que essa gente que sempre diz ter lutado pela democracia no regime militar não aprendeu nada com o horror de ser privado da liberdade, com o exílio ou com a fuga forçada de sua terra natal? Mais parecem ser adeptos do 'façam o que eu digo, não o que eu faço'."
Orlando Lovecchio Filho (Santos, SP)

Lavagem
"Só mesmo o Zé Ribamar para, qual Madalena arrependida, tentar a lavagem de duas décadas de vivandeirismo às forças que humilharam e castraram o nosso Congresso e não receber um presidente democraticamente eleito, de uma nação que hoje exibe um novo e democrático Parlamento. Figueiredo, no seu esquecido retiro, certamente deu boas gargalhadas."
Celso Aimbiré dos Santos (Campinas, SP)

Protesto carnavalesco
"Que a Folha não gosta do Carnaval paulistano é mais que sabido, mas são odiosas as comparações grotescas e preconceituosas do sr. Maurício Stycer na crítica de 19/2. A Vai-Vai não é nenhuma Mangueira, diz o jornalista. Com certeza não é e nem tem pretensão de ser. A escola de samba do Bexiga, que não é a minha, tem características próprias oriundas do batuque paulistano da década de 30. O jornalista completa seu desvario afirmando que William Bonner (TV Globo) passou dez horas narrando o inenarrável e, ainda segundo ele, Maurício Kubrusly foi incansável na tarefa de entrevistar pessoas que não tinham nada para dizer. Aí o preconceito. A propósito: por que na primeira página do mesmo caderno a reportagem classifica de eletrizante o desfile da Vai-Vai, criticado pelo sr. Maurício Stycer?"
Mário Luiz Cortes, presidente de alas da Escola de Samba Nenê de Vila Matilde (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Maurício Stycer - A crítica se referia à transmissão da TV Globo e não à escola.

Leigos
"Médicos, engenheiros, economistas etc., quando escrevem em jornal, não se lembram que os leitores são, na maioria, leigos no assunto da especialidade do articulista. Exemplifico com o seguinte período de artigo do sr. Delfim Neto, publicado em 20/2: 'Se a poupança do governo for acrescida à custa do aumento de impostos, é claro que ela reduz em parte a poupança privada'. Ora, para o leigo poupança é apenas a economia aplicada em banco por aqueles que não têm dinheiro suficiente para aplicação em qualquer investimento produtivo. Assim, lendo o sr. Delfim, ficará sem dúvida admirado ao saber que o governo também tem poupança."
Hugo Alves Pequeno (São Paulo, SP)

Aniversário
A Folha agradece os cumprimentos pela passagem do seu 75º aniversário que recebeu de: Ruy Altenfelder, presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial -Aberje (São Paulo, SP); Celso Giglio, prefeito de Osasco (Osasco, SP); Arnaldo Pereira Ribeiro, consultor sênior da Camanho & Consultores Associados (São Paulo, SP); Carlos Alberto da Costa, Cel. PM subcomandante da Polícia Militar do Estado de São Paulo (São Paulo, SP); Wandick Donizetti, diretor da Divisão Comunicação da BW Consult (São Paulo, SP); Mauri Vieira Costa, presidente do Conselho Regional de Administração e do Sindicato dos Administradores no Estado de Pernambuco (Recife, PE); Márcio Oliveira Marques (São Paulo, SP).

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