São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 1996 |
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ACM se move
FERNANDO RODRIGUES BRASÍLIA --Apesar das recentes notícias sobre o possível desabamento da compra do Banco Econômico pelo Excel, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) estava calmo ontem."Amanhã (hoje) devemos ter a reunião dos 'finalmentes', do pessoal que decide", disse o senador. Para ele, tudo caminha como planejado. O Econômico deve ser salvo. As notícias na área técnica do Banco Central dão conta de que o Excel pediu muita ajuda para ficar com o Econômico. ACM diz desconhecer essa versão. É verdadeira a indisposição dos técnicos do BC. Mas já está tudo decidido e a saída para o Econômico terá mesmo de ser política. Caberá aos técnicos do BC agora silenciar e encontrar uma solução que dê um verniz de sobriedade para a operação. O dinheiro vai surgir de algum lugar para que o Econômico volte a funcionar. Serão cerca de R$ 500 milhões. O Excel não está muito interessado em receber dinheiro nos termos do Proer, o programa de ajuda a instituições financeiras falidas. Para o Excel, o Proer é caro. Há uma nítida queda-de-braço entre a área técnica do Banco Central e a parte política da negociação sobre o Econômico. Ontem, uma equipe do Excel passou o dia em Brasília esperando a hora de conversar com o BC. Houve três telefonemas de alto nível entre Excel e BC. Mas, até as 19h, nada de reunião. Na avaliação dos envolvidos na negociação, a discussão pode se arrastar mais alguns dias ou semanas. Mesmo hoje, quando ACM espera os "finalmentes", nada de muito conclusivo deve sair. A não ser que os técnicos do BC se submetam completamente às vontades políticas. Excel e governo sabem que a melhor saída seria mesmo liquidar o Econômico. Há desejo político contra a liquidação. Então, alguém terá de pagar. O Excel não quer pagar. ACM quer o Econômico funcionando. O governo pagará. E já está até preparado um dos argumentos para a hora do anúncio: não custou tão caro como o Banco Nacional. Texto Anterior: Dupla moral Próximo Texto: Boas ações Índice |
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