São Paulo, domingo, 3 de março de 1996
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Analfabetos jovens são 3,4 milhões

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Há no Brasil 3,4 milhões de jovens entre 15 e 24 anos que não sabem ler nem escrever.
A Constituição de 1988 fixou um prazo de dez anos para a erradicação do analfabetismo no país. Faltam apenas dois anos para que vença o prazo.
A região Nordeste é a campeã do analfabetismo nessa faixa etária, com 37% de jovens iletrados, de acordo com dados do IBGE divulgados pelo MEC.
Na América do Sul, o Brasil só é melhor do que a Bolívia em número de analfabetos jovens, segundo relatório da Unesco.
"O sistema escolar está gerando analfabetos", diz o ministro da Educação, Paulo Renato Souza. Para o ministro, esse quadro é uma herança deixada pelo fracasso de programas extintos, como o Mobral e a Fundação Educar.
O artigo 60 das Disposições Transitórias estabelece um prazo de dez anos depois de promulgada a Constituição para que o poder público realize esforços e mobilize todos os setores da sociedade para acabar com o analfabetismo.
A União deve aplicar na educação 18% da receita de impostos, e Estados e municípios, 25%.
Um mapa dos municípios brasileiros com maior índice de analfabetismo, realizado com base nos dados do IBGE, relaciona 50 cidades em que mais da metade dos jovens entre 15 e 17 são analfabetos.
Péssimo 1º grau
Isso, segundo a própria secretária, revela a péssima qualidade do ensino de primeiro grau. "Só é possível melhorar os índices de analfabetismo se houver qualidade no ensino fundamental para evitar a repetência e a evasão escolar."
No ano passado, o gasto do ministério em programas de atendimento a jovens e adultos foi de R$ 17 milhões. Os recursos previstos para este ano são de R$ 36 milhões.
"O MEC não é responsável pela manutenção do ensino fundamental", lembra a secretária. Ela cita a obrigação das prefeituras de aplicar 25% da arrecadação dos impostos nele.

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