São Paulo, domingo, 3 de março de 1996
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São Paulo alcança Rio em homicídios

MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Não foi apenas uma exorbitância carnavalesca: o recorde de 219 mortes atingido por São Paulo no feriado festivo, que superou os números do Rio no mesmo período, é o coroamento de uma tendência histórica. A quantidade de homicídios na cidade cresceu 15,03% desde 1990; no Rio, caiu 10,16%.
A capital paulista, habituada a considerar a vida carioca mais exposta a riscos, chegou no ano passado à taxa de 49,8 assassinatos por cada 100 mil habitantes. Na capital fluminense, o índice foi de 53, entre janeiro e setembro -praticamente um empate.
Foram registrados 4.977 homicídios em São Paulo, no ano passado, segundo o Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade (Pro-Aim), tido como dos mais confiáveis na América Latina pela Organização Pan-Americana de Saúde.
Para se ter um idéia da matança, basta dizer que para alcançar a mesma cifra seria preciso reunir os assassinatos de dez cidades violentas dos EUA, entre elas as duas maiores, Nova York e Los Angeles.
A distribuição dos crimes dá a São Paulo um perfil contrastante. Enquanto no distrito de Perdizes, na zona oeste, as taxas estão em patamares canadenses, no Jardim Ângela, na zona sul, elas equivalem às de El Salvador.
E é justamente nas áreas mais seguras que se concentra a polícia: em Perdizes, com três moradores assassinados no ano passado, há um PM para cada 11.667 moradores. No Jardim Ângela, um para cada 64.800.

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