São Paulo, domingo, 3 de março de 1996
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'Vigilante' do bairro quer maior atuação da polícia

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Quase todas as noites, o despachante Normando Batista Pereira, 57, reúne um grupo de amigos e circula devagar com sua Veraneio branca pelo bairro de Perdizes. Se vê um grupo ou um movimento suspeito, avisa a Polícia Militar.
"Ainda não falamos em toque de recolher, mas eu ando com medo", diz Pereira. Morador do bairro há 48 anos, ele preside a Sociedade Amigos de Perdizes.
É uma espécie de vigilante do bairro que quer mais ação da polícia. "Estamos pedindo mais bloqueios e blitz nas ruas. Bandidos e guardadores de carro estão invadindo o bairro."
Pereira é um admirador do capitão Paulo Adriano Telhada, afastado do comando da PM no bairro em janeiro depois da morte de três assaltantes. "Ele era um homem de ação. Estão desmontando a nossa polícia."
Também tem saudades dos tempos em que o deputado e coronel Erasmo Dias era secretário da Segurança Pública e cortava cabelo na Cardoso de Almeida.
Pereira também se preocupa com a avenida Sumaré. O número de atropelamentos ali equivale ao de homicídios no bairro, cerca de 20 por ano. "Queremos obstáculos e faróis, não radares. As pessoas vão ser multadas e as mortes vão continuar", diz.
Ele não quer o carnaval temporão programado para a avenida. "Além do barulho, vai atrair violência e drogas", afirma.
(AB)

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