São Paulo, segunda-feira, 4 de março de 1996
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Amarelo e verde

JUCA KFOURI

Não foi justo o placar em Mar del Plata. Evidenciando mais uma vez a falta de um finalizador pelo meio do ataque, o Brasil ganhou só de 3 a 1, quando podia ter enfiado meia dúzia de gols.
Juninho, que reclamava do gramado de Tandil, foi o velho Juninho de sempre, jogando muito e fazendo dois belos gols no bom campo de Mar del Plata, prova de que os melhores artistas são os mais prejudicados quando as condições de trabalho deixam a desejar.
Zé Maria outra vez jogou demais, assim como Dida, eles que foram os melhores e mais regulares da campanha que levou a seleção à Atlanta.
E a Argentina que se cuide. Embora favorita por jogar em casa na quarta-feira, outra vez o Brasil ganhou com mais facilidade de um adversário que os argentinos tiveram que fazer muita força para derrotar.
Mas, enfim, pouco importa quem vença no meio de semana. Interessa que o time das camisas amarelas estará nos Jogos Olímpicos em busca do medalha da mesma cor, a única que nos falta.
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Não foi justo o placar em Presidente Prudente. Evidenciando mais uma vez o quanto falta de cabeça a Edmundo -e Djalminha que não siga o mesmo caminho- e evidenciando, também, que o péssimo gramado nivela por baixo, o resultado mais justo teria sido o empate ou, ao menos, uma vitória palmeirense por apenas um gol.
Os artistas do Palmeiras não puderam mostrar tudo o que sabem no charco prudentino, assim como Marcelinho, que, pela primeira vez, não marcou neste Paulistão. Edmundo, ao contrário, jogou bem até, agora sim, dar um murro em Sandro -e pelas costas. Parece que o corintiano tem problemas com Sandros, embora com o beneplácito da "Justiça esportiva" paulista, que, se o multou em R$ 7.000,00 para que ele jogasse o clássico, talvez apenas dobre a pena por ter sido pelas costas.
Leonardo fez uma bela estréia no Corinthians, e Velloso foi novamente de uma eficácia impressionante. E Célio Silva não merecia ser punido com o belíssimo gol contra que marcou, tão bem vinha.
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Mas, se o amarelo do melhor time prevaleceu na Argentina, em São Paulo está prevalecendo o verde daquele que é, disparado, o melhor. Basta que possa jogar num gramado da mesma cor, não marrom -que é também a cor que caracteriza o amadorismo da cartolagem.

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