São Paulo, segunda-feira, 4 de março de 1996
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Projeto percorre todos os Estados do país

DA REPORTAGEM LOCAL

O projeto "Antarctica Artes com a Folha" visitou, em fevereiro, 106 ateliês de artistas visuais em busca de novos talentos. Até o final de junho, os cinco curadores terão percorrido todos os Estados do país, além de diversos outros municípios nos oito Estados em já estiveram.
O mapeamento artístico do Brasil, feito pelos curadores viajantes, é inédito. Pela primeira vez, será possível identificar novas tendências e revelar talentos que estão fora do eixo Rio-São Paulo, com visitas in loco.
O objetivo dos curadores é selecionar entre 50 e 60 novos artistas, de até 32 anos, para uma mostra coletiva que será realizada de 27 de setembro a 17 de novembro em São Paulo. A mostra foi incluída na programação oficial da 23ª Bienal Internacional de São Paulo.
Os três melhores, escolhidos por um júri especial, ganharão uma viagem para conhecer a Documenta de Kassel e a Bienal de Veneza, em 97, dois dos mais importantes eventos mundiais de arte.
O júri especial é composto por dois curadores estrangeiros -Lisa Phillips, do Whitney Museum of America, e Dan Cameron, do New Museum of Contemporary Art, ambos de Nova York- e pelo brasileiro Paulo Herkenhoff.
A presença de jurados estrangeiros e a inclusão do evento na programação da Bienal vão permitir que os artistas de nova geração sejam conhecidos também fora do país.
Na carta que enviou para a organização do "Antarctica Artes com a Folha" confirmando sua participação, Lisa Phillips observa que o projeto desperta grande interesse e significa, para ela, uma oportunidade de conhecer quais desenvolvimentos artísticos estão surgindo no trabalho de jovens artistas brasileiros.
O Whitney Museum de Nova York, tradicionalmente voltado para a arte norte-americana, começou a incluir em suas mostras artistas latino-americanos. Por enquanto, essa participação está restrita a dois artistas do México.
O projeto foi criado pela Folha. O patrocínio é da Cia. Antarctica Paulista, que investiu R$ 1 milhão na realização do evento.
Viagens de março
Os curadores já definiram os 13 primeiros municípios que serão visitados neste mês. Nesta primeira etapa, são escolhidas capitais, centros regionais e municípios adjacentes (veja quadro ao lado).
Até o final do período de viagens, terão sido incluídos no roteiro dos curadores municípios menores e mais afastados.
Segundo Isabella Prata, da comissão organizadora do "Antarctica Artes com a Folha", os curadores têm total autonomia. São eles que definem os locais em que irão.
Cada um determina também seu próprio método de trabalho, como colher informações junto a escolas de arte, percorrer a cidade visitando cada ateliê, fazer contatos com grupos artísticos ou críticos.
Os cinco curadores são jovens, ligados a diferentes áreas da expressão em artes visuais. Não há um curador-chefe: as decisões serão todas tomadas por consenso. Isso assegura a multiplicidade de olhares e evita que seja tomada uma única direção para os critérios de escolha dos artistas.
O grupo de curadores é formado por Lorenzo Mammi, professor de História da Música na USP; Lisette Lagnado, jornalista, curadora e conferencista; Stella Teixeira de Barros, curadora, historiadora, crítica de arte e professora de História da Arte no Brasil na Faculdade de Artes Santa Marcelina; Nelson Brissac Peixoto, professor da PUC-SP; e Tadeu Jungle, diretor de filmes publicitários e videomaker.
O projeto "Antarctica Artes com a Folha" admite uma grande variedade de linguagens dentro das artes visuais.
São doze as modalidades admitidas pelos curadores: novas mídias, pintura, escultura, gravura, desenho, performance, videoarte, videoinstalações, fotografia, instalação, multimídia e design.

Informações pela Caixa Postal 2403, CEP 01060-970 - São Paulo - SP

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