São Paulo, segunda-feira, 4 de março de 1996 |
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ECONOMISTAS O décimo aniversário do Plano Cruzado, comemorado agora que a inflação retorna aos níveis atingidos em 86, é momento para a reflexão. As discussões debruçam-se sobre como acabar com a inflação, onde foram cometidos erros, quais as vantagens do Real sobre seus predecessores ou qual o cenário internacional. O debate que esta Folha promoveu mostra que os economistas não mudaram. Estavam na mesa dois ex-integrantes da equipe do Cruzado. E eles ainda não chegaram a um acordo! Para Sayad, a questão fiscal é secundária, a reforma nessa área é dispensável ainda hoje e o pecado que vitimou o Cruzado foi o excesso de demanda. Para Lara Resende, a questão fiscal é não só fundamental como também a grande responsável pelo fracasso de há dez anos. Hoje, o governo incorre em déficits e dívidas crescentes, enquanto há razoável consenso sobre o sucesso do Real contra a inflação. Um sucesso tal que o terceiro debatedor, o economista Edward Amadeo, afirma que a inflação deu lugar ao desemprego como problema maior. O debate sobre como combater o desemprego, porém, é talvez ainda mais inconclusivo do que foi por anos a discussão sobre as causas da inflação. E se nem os mais vividos "pacoteiros" chegaram a um consenso sobre os riscos do déficit público, o sucesso atual sugere colocar as barbas de molho, com a cautela e o saudável ceticismo dos leigos. Texto Anterior: É A DEMOCRACIA, BOBALHÃO! Próximo Texto: Nada pelo social Índice |
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