São Paulo, terça-feira, 5 de março de 1996 |
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Múltis trazem ao Brasil superplantas Experimentos de campo com soja e milho começam este ano DA REPORTAGEM LOCAL Até junho próximo, Monsanto, Ciba-Geigy e Agrevo, multinacionais do setor de sementes e agrotóxicos, começam a testar em campo, no Brasil, plantas transgênicas, cujas células conterão genes de bactérias e vírus.A modificação pode tornar a planta resistente a inseto ou herbicida, dependendo do gene usado. A Monsanto, líder mundial em biotecnologia, fechou acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para testar sua soja transgênica. Com previsão de lançamento no Brasil para 98 ou 99, a soja possui um gene de bactéria que torna a planta imune ao herbicida Roundup, da empresa. Luiz Antonio Abramides do Val, gerente de desenvolvimento de produtos da Monsanto, diz que a soja será lançada este ano nos EUA e na Argentina. Atualmente, o agricultor precisa aplicar três produtos, em média, para controlar as ervas daninhas. Com a semente transgênica, o produtor só vai precisar aplicar o Roundup, diz Abramides, reduzindo em 40% o custo do controle. O saco da nova soja será cerca de 20% mais caro, mas Abramides garante que o preço mais alto será mais que compensado pelo menor uso de agrotóxicos. A Agrevo, empresa formada pelas alemãs Hoechst e Schering, planeja o lançamento no país de sua soja transgênica para 98 ou 99. As sementes conterão em suas células genes de bactéria, que tornarão a planta tolerante ao herbicida Liberty, produto da Agrevo. O Liberty também substituirá sozinho os três herbicidas aplicados hoje, de acordo com André Luiz de Abreu, gerente da Agrevo. Abreu diz que o Liberty tem características ambientais favoráveis, pois não acumula muitos resíduos no solo após sua aplicação. LEIA MAIS sobre engenharia genética na pág. 6-3 Próximo Texto: Pesquisadores isolam gene de grão para enriquecer o milho Índice |
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