São Paulo, terça-feira, 5 de março de 1996 |
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Fonoaudióloga atua na criação teatral
FERNANDO ROSSETTI
"Eu quero conseguir que o trabalho de voz seja também condutor da criação teatral, e não uma coisa separada", diz a fonoaudióloga Lucia Helena Gayotto, 31. Para isso, ela desenvolveu o conceito de ação vocal: "Uma voz com corpo e alma ativos, que intensifica a vida e a atualidade do personagem (teatral)". A pesquisa para compor a dissertação foi desenvolvida com três atores -embora, inicialmente, a fonoaudióloga tenha sido chamada para socorrer a voz de um ator. A peça em questão era "Ham-let", tradução e adaptação da "Hamlet" shakespeariana, feita pelo diretor do Teatro Oficina, Zé Celso Martinez Correa, o crítico de teatro da Folha Nelson de Sá e o ator Marcelo Drummond. Foi observando o trabalho dos atores dessa peça que Gayotto se colocou a pergunta: "Como trabalhar a voz colocando-a não apenas a serviço do ator, mas também do personagem?" E dessa indagação surgiu a "ação vocal". Segundo ela, "na busca de mapear e estudar a ação vocal no trabalho de preparação de voz, pesquisei as anotações que os atores fazem no texto teatral e absorvi, durante ensaios e peças, um pouco do trabalho de interpretação no texto, elaborando, a partir daí, um registro da voz cênica do ator, o qual denominei partitura vocal." Para Gayotto, "definir ação vocal e mostrar como ela se dá na voz cênica dos atores, por meio de análise de partituras vocais, abre um campo de intervenção e de compreensão da voz no teatro e, portanto, traz subsídios ao trabalho fonoaudiológico de preparação vocal, assim como constitui ferramentas para que o ator disponha de mais recursos na construção vocal de seus personagens". (FR) Texto Anterior: Para supervisores, reforma foi autoritária Índice |
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