São Paulo, terça-feira, 5 de março de 1996 |
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Há brilho em 'Wall Street'
INÁCIO ARAUJO
A diferença, nem tão sutil assim, é que o grupo troca os cavalos por motos. O resto -lanças, escudos etc.- permanece. Romero, acostumado a pôr de pé mortos-vivos, aqui aciona um exército de quixotes. Ao contrário de John Milius, que costuma exaltar um passado para apagar a história, Romero parece empenhado em mostrar pessoas que se dedicam a cultivar um arcaísmo, algo que já não existe mais, imaginando um mundo paralelo ao mundo real e lhe dando, em seguida, existencial real. No fundo, é como um filme de zumbis, embora menos sombrio. Na Fox, às 21h, entra "Wall Street - Poder e Cobiça", de Oliver Stone. É talvez o melhor momento do cineasta, em que ele conseguiu unir sua vocação política (é um filme contra o funcionamento selvagem do mercado financeiro), com um sentido de atmosfera notável. Mas não é impossível, afinal."Wall Street", à parte ser uma crônica dos seres e da atividade das pessoas que trabalham com a Bolsa de Valores, interessa pela maneira como cria uma atmosfera propícia ao que o cineasta quer dizer. É o estado febril em que se desenvolvem as atividades de corretores e magnatas que Oliver Stone consegue reconstituir nos momentos mais interessantes, graças a um trabalho de câmera exemplar. De resto, é um momento memorável de Michael Douglas. Texto Anterior: Edmundo é o animal! Nem Jesus segura! Próximo Texto: Última entrevista; Seleção; Procura-se; Merecimento Índice |
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