São Paulo, terça-feira, 5 de março de 1996
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Contestações; Previdência dos congressistas; Nova Folha; Mamonas

Contestações
"A Folha, na sua edição de ontem, em reportagem assinada pela jornalista Silvia Quevedo, com o título 'Prefeito de Anita Garibaldi aponta discriminação', reproduz declarações do citado prefeito que merecem, de minha parte, a bem da verdade, as seguintes contestações: 1) Não convidei o prefeito para ingressar no PFL, pois nem o conheço. 2) Não faria a ele, o que nunca fiz na minha vida pública, promessa de pagar dívidas de campanhas como via de aliciamento partidário. 3) Coube ao governador do Estado do mesmo partido do prefeito, PMDB, a escolha final dos municípios que inicialmente deveriam ser incluídos no projeto de 'Comunidade Solidária', e sobre o assunto não fui por ele consultado."
Jorge Konder Bornhausen, presidente da Comissão Executiva Nacional do PFL (Brasília, DF)

Previdência dos congressistas
"A reportagem publicada pela Folha em 29/2, sob o título 'Caixa do IPC recebe verbas irregulares', não corresponde à verdade. Inicia a referida reportagem, de responsabilidade do jornalista Lúcio Vaz, da Sucursal de Brasília, afirmando que o IPC continua a receber dinheiro de um fundo que já foi extinto, contrariando a Constituição brasileira e parecer da CCJ da Câmara dos Deputados, de novembro de 1990, e explora, de modo leviano, essa inverdade. Ignora o repórter deste jornal que a lei nº 8.173, de 30 de janeiro de 1991, em seu artigo 6º, recriou temporariamente os fundos que constam dos Orçamentos de 1990 e 1991, 'in verbis': 'Lei nº 8.173/91 -Art. 6º -São recriados temporariamente, no período abrangido por esta lei, todos os fundos constantes dos Orçamentos da União para 1990 e 1991, extintos nos termos do art. 36 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mantidas suas denominações e respectiva legislação em vigor na data de sua extinção. Parágrafo 1º -Os fundos recriados nos termos deste artigo serão extintos no final do primeiro exercício financeiro subsequente à publicação da Lei Complementar de que trata o art. 165, parágrafo 9º, da Constituição Federal, caso não tenham sido ratificados pelo Congresso Nacional, através de lei, até o final do sexto mês anterior ao prazo de extinção estabelecido neste parágrafo. Parágrafo 2º -No prazo de três meses após a publicação da Lei Complementar de que trata o art. 165, parágrafo 9º, da Constituição Federal, o Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei para tramitação em regime de urgência, definindo: I -todos os fundos a serem ratificados, bem como as alterações que se fizerem necessárias em sua legislação, tendo em vista a adequação à Lei Complementar de que trata este artigo; II -todos os fundos que serão extintos nos termos deste artigo; III -a destinação do patrimônio e dos recursos remanescentes dos fundos após sua extinção'. A Lei Complementar supracitada ainda não foi sancionada, estando, portanto, em pleno vigor o Fundo de Liquidez da Previdência Congressual, sendo absolutamente legais os recursos recebidos. A falsa reportagem divulgada denigre não apenas a imagem do IPC, mas também dos órgãos responsáveis pela fiscalização e julgamento de suas contas (Secretaria de Controle Interno do Senado Federal, Secretaria de Controle Interno da Câmara dos Deputados e Tribunal de Contas da União) e a Secretaria de Orçamento Federal, que estaria inserindo no Orçamento da União um 'fundo extinto'."
Afrísio de Souza Vieira Lima Filho, diretor-executivo do Instituto de Previdência dos Congressistas -IPC (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia seção Erramos abaixo e reportagem à pág. 1-10 (Brasil.

Nova Folha
"A edição da Folha de 3/3 estava particularmente rica em relação à chamada questão 'social'. Vamos guardar e usar. Parabéns."
Hebert de Souza, o Betinho, sociólogo (Rio de Janeiro, RJ)
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"Parabéns a Folha pelo salto de qualidade que dá na virada do século."
Walter Feldman, líder do governo na Assembléia Legislativa (São Paulo, SP)
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"Parabéns aos assinantes da Folha que conseguiram receber logo cedo em suas casas o 'super Folhão' no domingo de estréia da 'era da cor total'. Sim, porque na minha a Folha chegou após as 12h, faltando 'apenas' o primeiro e segundo cadernos, além de Esportes, Empregos, Veículos e talvez outros (na falta da capa, impossível saber com certeza o que deixou de ser entregue)."
Gastão Meirelles Pereira (São Paulo, SP)
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"Provavelmente o 'Painel do Leitor' estará contendo parabenizações sobre a nova Folha. Eu e meus vizinhos de prédio só temos a lamentar ter recebido o jornal só às 14h e somente os cadernos 1, 2 e 4."
Raphael Nívio D'Alessandro (São Paulo, SP)
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"Segunda-feira, 4 de março. Segundo dia da 'cor total'. Das 80 páginas do jornal, 30 são coloridas e 50 são em preto e branco. A campanha publicitária da Folha deveria ser classificada pelo Conar como enganosa e o Procon deveria multar o jornal. É uma vergonha."
Ivã Gouvêa Bocchini (São Paulo, SP)
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"A Folha agradece os cumprimentos pela reforma gráfica que recebeu de: Aldo Leone, presidente Agaxtur Operadora e da Braztoa/Cobrat -Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (São Paulo, SP); Alberto Bugarib, diretor jurídico do Grupo IOB (São Paulo, SP); Roberto Felício, presidente da Apeoesp -Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (São Paulo, SP); Álvaro Antônio Zini Júnior, professor de economia da USP -Universidade de São Paulo (São Paulo, SP); Carlos Alberto Di Franco, chefe do Departamento de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero (São Paulo, SP); Margarida L. B. Silva, diretora comercial da "Folha Machadense" (Machado, MG); Roberto Antonio Cera (Piracicaba, SP).

Mamonas
"Ficava irritada quando ouvia um dos meus dez sobrinhos cantarolar um trecho qualquer 'desse negócio que chamam de música'. Me encontrava bem perto de um descontrole emocional quando ouvia um toquinho de gente alternando seu restrito vocabulário entre 'mamãe' e 'Mamonas'. A minha opinião era: 'não! Vocês não podem gostar dos Mamonas Assassinas!'. Que estupidez me esquecer do prazer de ter ídolos, de viver num mundo colorido dos shows e artistas ao ligar o rádio depois da escola. Pior que ter tapado os ouvidos para os 'mamonas mirins' foi ter fechado os olhos para seus sorrisos que vinham alegres ao decorar as letras das músicas. Resta-me, agora, acompanhar com mais carinho e menos preconceito a reação de tantas crianças (e tantos outros adultos!) que hoje se deparam pela primeira vez com conceitos bem mais complexos que os tempos verbais, a morte. A perda precoce de pessoas que admiram. Espero que as crianças em idade daquele vocabulário restrito não pulem logo para a idade dos porquês e indaguem: 'O que os Mamonas Assassinas fizeram de errado para se machucarem? Eles estão no céu?' Eu só saberia dizer: "Se o céu foi feito para as pessoas que fizeram coisas boas, legais, sim: eles estão lá!"
Andréa Albuquerque (São Paulo, SP)
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"Morreu? antes ele do que eu! Quando ouvi pela primeira vez uma resposta dessa ao comentário sobre a morte de alguém, achei de uma crueldade sem igual. Mas foi essa a minha reação quando soube que os Mamonas morreram. É claro que eu preferia que o grupo tivesse morrido por inanição, por ostracismo, por uma súbita recuperação da consciência nacional de que os Mamonas eram nocivos, assim como as drogas e os maus políticos. Seria mais justo para um povo que, apesar de tudo, ficava feliz em ouvir e cantar o besteirol dos Mamonas, se em vez deles, estivessem no avião alguns dos políticos que votaram a favor da manutenção de suas aposentadorias privilegiadas? Quanto ao Dinho e seus companheiros, que Deus tenha compaixão de suas almas e os livre de uma tal suruba no inferno."
Beatriz de Oliveira (Porto Velho, RO)
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"Infelizmente, o país perde mais um de seus ídolos. O grupo Mamonas Assassinas nos trouxe a alegria, a inteligência e a irreverência, fazendo com que pudéssemos nos esquecer um pouco do caos do trânsito do dia-a-dia, dos escândalos e da impunidade e da violência que a mídia nos apresenta."
Ricardo Henrique de Araujo Imamura (São Paulo, SP)

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