São Paulo, quarta-feira, 6 de março de 1996
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Banda de Supla abre shows em São Paulo

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

A banda nova-iorquina Psycho 69 -do vocalista Supla- vai abrir os shows dos Ramones em São Paulo. "É uma honra participar da última turnê deles, que são os percursores do punk rock" afirmou Supla à Folha.
O Psycho 69 (ex-Mad Parade) se formou em setembro de 1994 e lançou seu primeiro disco no Brasil pela gravadora Primal em janeiro. Para Supla, o som que a banda faz é "metal-punk-core".
Em Nova York, a Psycho 69 tem um público fiel, que lota as casas de rock alternativo no East Village.
O clipe da banda começa a ser exibido no Brasil em 10 de março e foi todo gravado na oficina de motos do guitarrista da banda, Steag.
Além de abrir os shows do Ramones, o Psycho 69 se apresentará em Curitiba e Santos.
A banda pretende mostrar as dez músicas que fazem parte do primeiro disco. "Já estamos preparando o material para o segundo disco e é bom testar no Brasil."
Todas as letras da banda são compostas em conjunto por Supla e Louie Gasparro (baterista). A maioria fala sobre a vida em Nova York: racismo, pobreza, drogas.
Supla trocou São Paulo por Nova York há dois anos e diz que, apesar das saudades, não pensa em voltar por enquanto. "Minha carreira no Brasil não tinha mais para onde ir. Não estava feliz artisticamente nem pessoalmente. Foi importante ter saído. Nova York está para o rock como Harvard está para as outrs profissões. Vim para me pór-graduar."
Supla conta que, no início, foi difícil compor e cantar em inglês. "Sinto falta do português, mas para ser aceito tive que cantar em inglês, colocar nas letras o que vivo e vejo aqui no Village."
Os outros três integrantes da banda dizem que não vêem a hora de chegar ao Brasil. Eles deveriam ter se apresentado em São Paulo em novembro, abrindo os shows do Motorhead. Mas a ida das bandas foi concelada.
Para Supla, não passa de mito a idéia de que o Brasil não tem público pra som pesado. "Os Raimundos são prova de que tem público. O som que eles fazem tem toque brasileiro, mas acordes americanos. É interessante o que fazem."

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