São Paulo, domingo, 17 de março de 1996
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Católico vê oportunismo

DA REPORTAGEM LOCAL

Para a Igreja Católica o culto a Saint Germain e a crença na chamada Era de Aquário não passam de "oportunismo de fim de milênio", nas palavras de Fernando Altemeyer Júnior, 39, vigário de comunicação da Arquidiocese de São Paulo.
"Em alguns casos, isso ainda é acompanhado de exploração comercial, com lucros milionários na venda de livros, por exemplo", afirma.
Para os católicos, o movimento é infundado do ponto de vista religioso, por fazer uma "salada incoerente" de várias religiões e correntes.
"Isso não passa de alienação, pois eles não se propõem a trabalhar contra a miséria concreta que existe aqui e agora", afirma o vigário.
Também não se sustentaria do ponto de vista racional, por falar em eras definidas de modo aleatório. "Era de Aquário ou Nova Era parecem coisa de estratégia publicitária", diz Altemeyer.
Ele acredita que a doutrina tem mais apelo para a classe média, "que vive de religiões mercantis, baseadas na compra de bugigangas, como cristais e duendes, mas tem dificuldade em fazer alguma coisa para acabar com a miséria".
O vigário afirma, no entanto, que há aspectos positivos no movimento da Nova Era. Ele retomaria a discussão sobre ecologia e criação, que a Igreja Católica deixou por séculos de lado, e estaria repensando o homem, ao propor nova estética nas artes.

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