São Paulo, domingo, 17 de março de 1996 |
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Provérbio quebrado
SÍLVIO LANCELLOTTI
Pela primeira vez em 67 anos de profissionalismo, uma greve interrompe, neste fim-de-semana, o torneio supostamente mais rico e mais bem organizado do futebol no mundo. É fácil explicar tal "sciopero", embora seja difícil entendê-lo. Para colocar o leitor no cenário preciso, é necessário retornar ao mês de março de 1988. Naquele mês, consequência da falência do Palermo, na segunda divisão, a FIGC, federação da Itália, e a AIC, a sua associação de jogadores, concordaram em criar um Fundo de Garantia, uma poupança para sustentar atletas sem emprego. Em troca da avalização do fundo pela FIGC, a AIC aumentou de dois para três a cota máxima de estrangeiros na Itália. Uma barganha que deixou felizes os cartolas e atletas. Ninguém imaginava que 29 outras agremiações quebrariam até 1995, deixando sem sustento mais 616 jogadores e treinadores de times das Séries B e C. Ninguém imaginava, paralelamente, que, no final de 1995, o Caso Bosman detonaria as relações profissionais entre atletas e seus clubes na Europa. Os dois episódios se somam dramaticamente como causas da greve deste fim-de-semana. Os craques da Bota querem ao menos a manutenção de apenas três estrangeiros por equipe. Se puderem, baixarão para somente dois não-nativos. É um impasse grave que um domingo de greve não resolve. Texto Anterior: Até o São Paulo pode encantar hoje em Limeira Próximo Texto: Valor de Vialli 1; Valor de Vialli 2; Valor de Vialli 3 Índice |
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