São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996 |
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FHC assume dívida paulistana para agradar Maluf
FERNANDO RODRIGUES
O maior beneficiado conhecido, até o momento, foi Paulo Maluf (PPB), prefeito de São Paulo. São Paulo tem uma dívida pública de R$ 3,336 bilhões. Há um ano e meio, Maluf tenta federalizar esse débito (transformar o débito municipal em federal). O governo FHC emite papéis no valor da dívida. Esse novos papéis são entregues aos bancos credores de Maluf. Com a federalização, São Paulo passa a dever o mesmo valor para o governo federal, que, por sua vez, passará a dever a bancos privados. A federalização da dívida pública paulistana será em duas etapas. A primeira, que deve sair ainda neste mês, será para R$ 1,2 bilhão. Os R$ 2,136 bilhões serão acertados no decorrer do ano -dependendo de como o PPB de Maluf se portar nas votações no Congresso. Vantagens Há duas vantagens para Maluf na federalização da dívida. A primeira, menor, é que a cidade de São Paulo vai gastar menos. Os títulos federais que serão entregues aos bancos têm uma manutenção mais barata. A segunda vantagem é que Maluf vai sanear a cidade de dívidas incômodas, que impedem o prefeito de contrair novos empréstimos. Outro aliado político de FHC que deve receber verbas é o presidente do Senado, José Sarney (PMDB). A recompensa será indireta. O dinheiro virá na forma de verbas que o governo federal deve liberar para Roseana Sarney (PFL), governadora do Maranhão. Isso foi acertado há uma semana, em vários telefonemas, entre o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, e os dois Sarneys (pai e filha). Na área de distribuição de cargos, o único caso conhecido até agora é o do presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Iris Rezende (PMDB-GO). Rezende indicou um afilhado político seu, Miguel Navarrete, para ser diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral. Texto Anterior: Governo consegue barrar CPI dos Bancos Próximo Texto: FHC se diz 'padrinho' do partido de Maluf Índice |
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