São Paulo, sexta-feira, 22 de março de 1996
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Reforma da Previdência faz Bolsa subir

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa paulista fechou em alta de 2,28%. O volume negociado, de R$ 356,060 milhões, é o maior desde o dia 8 de março.
Os títulos da dívida também tiveram um dia de alta. O C-Bond, o mais negociado, fechou cotado a US$ 0,6050 (valorização de 1,04%).
Existe uma máxima em Bolsa: subir no boato e cair no fato.
É que o mercado acionário costuma operar se antecipando aos fatos. E, quando eles acontecem, chegou a hora de realizar o lucro (vender o papel e colocar o dinheiro no bolso).
Mas, ontem, graças à confusão absoluta no front político dos últimos dias, a máxima caiu por terra.
A aprovação da reforma da Previdência não estava embutida nos preços das ações. O que foi feito.
A votação da reforma era um teste político. O governo passou de forma indiscutível, mostrando que, apesar dos pesares e de todos os favores, já que é dando que se recebe, ele ainda comanda a cena. A qualidade da reforma, absolutamente discutível, não pesou.
Pesou mesmo foi a continuidade do otimismo, com o governo retomando as rédeas.
Ontem, duas ações, Banco do Brasil e Petrobrás, estiveram suspensas do pregão a pedido das empresas. As ações da Petrobrás devem voltar a ser negociadas hoje; as do BB só na segunda.
A Petrobrás realizou assembléia e o BB tem de aprovar seu pacote de reestruturação.
A BB ON (ordinárias, que dão direito a voto) fechou o pregão do dia 18 (último em que puderam ser negociadas) com alta de 6,5%; as preferenciais (não dão) subiram 5%. Naquele dia, a Bolsa subiu 0,7%.
Segundo os analistas, o BB teve ontem uma participação decisiva no mercado de câmbio para que as cotações do comercial (exportação e importação) recuassem.
O BB foi forte vendedor -contrabalançando a pressão altista dada pela saída líquida de recursos (saídas totais menos entradas totais).
Até as 18h, os computadores dos bancos registraram uma saída de US$ 150 milhões.
Com queda de 0,15%, o comercial foi vendido a R$ 0,9865.
O pacote de reestruturação do Banco do Brasil, que soma R$ 8 bilhões, foi montado porque a instituição acumulou prejuízos por conta do, no passado, uso político do banco.

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