São Paulo, sábado, 23 de março de 1996
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ONU muda seu programa de meio ambiente

DANIELA CHIARETTI
DO BANCO DE DADOS

A agência ambiental das Nações Unidas, o Pnuma, passa pela sua mais profunda transformação desde a sua criação, em 72. A ordem é buscar eficiência, evitar a perda dos melhores funcionários e descentralizar decisões.
A reestruturação vem sendo implementada por Elizabeth Dowdeswell, há três anos diretora-executiva do Pnuma (Programa da ONU para o Meio Ambiente e Desenvolvimento).
"Temos que mostrar que somos uma organização preocupada com resultados e não apenas em promover encontros", diz.
Uma das linhas-mestras da busca da eficiência é a descentralização dos seis escritórios regionais do órgão. "Eles deixam de ser apenas coletores de dados para atuar junto às comunidades locais", explica.
Dowdeswell esteve no Brasil esta semana para uma reunião de ministros de Meio Ambiente de 25 países, que ocorreu em Mangaratiba, no Rio.
O Pnuma foi um dos temas do encontro, organizado pelo Ministério do Meio Ambiente brasileiro. Os presentes -ministros dos EUA, Alemanha, Inglaterra, Japão, Canadá, México- concordaram que é preciso dar mais apoio ao órgão -financeiro, inclusive.
A agência ambiental tem um orçamento tímido -US$ 100 milhões ao ano, menor que o lucro líquido da Cervejaria Brahma- para atribuições tão diversas quanto buscar soluções para o desmatamento das florestas tropicais ou para a camada de ozônio.
O problema se agravou nos últimos anos. O Fundo Mundial para o Meio Ambiente, administrado pelo Pnuma e cujas contribuições são dadas voluntariamente pelos países, tem hoje US$ 95 milhões. A média histórica é US$ 120 milhões.
"Buscamos formas de engajar o setor privado", diz Dowdeswell. Ela defende também uma mudança conceitual: "Agora entendemos que economia e meio ambiente têm que andar juntos, que temos de mexer com assuntos como dívida externa e comércio bilateral."

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