São Paulo, sábado, 23 de março de 1996
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Entidades vão fazer pressão no julgamento do caso Candelária

Decisão sobre morte de 8 menores irá a júri no fim de abril

AURÉLIO GIMENEZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Organizações de direitos humanos do país e do exterior se preparam para acompanhar de perto o julgamento de quatro acusados da chacina da Candelária, em que oito menores foram assassinados, em julho de 1993.
As entidades querem chamar a atenção da sociedade civil para o julgamento e evitar que os acusados não sejam condenados. O julgamento terá júri popular.
A partir da próxima segunda-feira, a artista plástica Ivone Bezerra de Mello, que trabalha com meninos de rua, inicia uma vigília em frente ao fórum do Rio. O julgamento será dia 29 de abril, segundo o novo titular do 2º Tribunal de Júri, juiz José Geraldo Antonio.
Participarão da vigília representantes do Centro Brasileiro de Defesa da Criança e do Adolescente e da Casa da Paz, entre outras entidades. A Casa da Paz foi criada em Vigário Geral (zona norte), logo depois da chacina.
No dia 29 serão julgados o tenente da PM Marcelo Ferreira Cortes, os PMs Marcos Vinicius Borges Emmanuel e Cláudio Luís Andrade dos Santos e o serralheiro Jurandir gomes de França.
Segundo Ivone, o momento político é muito delicado, pois os governos municipal e estadual estão desgastados com os constantes atos de violência ocorridos no Rio.
Os acusados podem ser condenados a até 400 anos de prisão, cada um, pelas mortes e por mais seis tentativas de homicídio.
Vágner dos Santos, sobrevivente da chacina e principal testemunha, deverá vir depor. Ele deixou o país no ano passado, pois recebia constantes ameaças de morte. Atualmente ele mora na Europa.

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