São Paulo, sábado, 23 de março de 1996
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Falta de álcool atinge 360 postos no Rio

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A falta de álcool combustível atingiu ontem cerca de 360 postos de abastecimento do Rio, segundo cálculos do presidente do Sindicato dos Revendedores do município, Odilon Lacerda.
O presidente da Petrobrás, Joel Rennó, disse ontem em São Paulo que não há risco da falta de álcool combustível se generalizar.
Segundo Rennó, os problemas de abastecimento que ocorreram em alguns postos no Rio de Janeiro são localizados.
"Aquilo foi um problema local, que foi resolvido rapidamente. Isso não vai se repetir de forma alguma", afirmou o presidente da estatal.
Rennó disse ainda que a definição para a liberação dos preços dos combustíveis deve demorar ainda "alguns dias".
Segundo ele, a demora decorre do fato de que vários órgãos do governo federal estão participando dos estudos para a liberação, e não apenas a Petrobrás.
As afirmações de Rennó foram feitas depois da assinatura de um acordo firmado entre a estatal, a Abemi -associação nacional de engenheiros- e a Abimaq, que reúne indústrias de máquinas e equipamentos do país.
Bombeamento
A Petrobrás informou, por meio de sua assessoria, que o oleoduto que liga o Rio a São Paulo, por onde chega a maior parte do álcool consumido no Estado, não está bombeando o produto, por problemas técnicos.
Segundo a Folha apurou, o bombeamento não ocorre porque não há álcool para ser bombeado.
Segundo João Augusto Resende Henriques, diretor da BR (Petrobrás Distribuidora), empresa que teve o maior número de postos atingido pela falta, o problema foi causado por um aumento do volume de encomendas, a partir de informações de que haveria aumento de preço do produto.
Como a agroindústria do álcool está em plena entressafra, Henriques disse que não está sendo possível para as empresas distribuidoras obterem das usinas entregas adicionais às que estavam previstas no planejamento para o mês.
Henriques, que é também diretor do Sindicom (Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis), disse que o aperto no abastecimento vai demorar até abril.
Com as notícias de que haveria aumento de preço, muitos postos passaram a pedir mais que aquilo que precisavam e a empresa chegou a entregar até dois milhões de litros por dia.
O Sincopetro, que reúne 6.500 postos de São Paulo, informou ontem que não há falta de álcool nos estabelecimentos do Estado.

Colaborou a Reportagem Local

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