São Paulo, sábado, 23 de março de 1996
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Diretores do grupo Gerdau podem sofrer ação criminal

Cade enviou informações sobre executivos à Procuradoria

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) enviou à Procuradoria da República do Rio Grande do Sul informações para uma eventual ação criminal contra diretores do grupo Gerdau.
O presidente-interino do conselho, Édison Rodrigues Chaves, atendeu pedido do procurador da República Dorocy Cirillo, que vai verificar se houve crime contra a ordem econômica na aquisição da Siderúrgica Pains pela Gerdau.
"O Cade tomou uma decisão extrema ao mandar desfazer a compra Pains. Quero ver se não houve crime", afirmou Cirillo.
Ele disse que os diretores poderiam ser enquadrados no artigo 4º e outros da lei 8.137, que prevê pena de dois a cinco anos, ou multa.
Esse dispositivo diz que constitui crime contra a ordem econômica "abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente, a concorrência".
Com a aquisição da Pains, em 94, a Gerdau passou a controlar 46% do mercado de aços não-planos.
Em outubro passado, o Cade mandou cancelar a compra, alegando que prejudicaria a concorrência no setor. Mas o grupo obteve uma liminar suspendendo a dissolução da compra da Pains.
Segundo Cirillo, a ordem do Cade não exime os diretores do grupo Gerdau das penalidades da lei 8.137, caso fique comprovado o crime contra a ordem econômica.
A Folha procurou ontem o presidente do grupo Gerdau, Jorge Gerdau. Sua assessoria informou que o departamento jurídico da empresa desconhece o pedido da Procuradoria e, por isso, não se pronunciaria sobre o assunto.

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