São Paulo, sábado, 23 de março de 1996 |
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Vamos bater lata
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE Saudosos do bons tempos de Jacarepaguá, os deuses do automobilismo resolveram dar uma forcinha para a Rio 400 no último fim-de-semana.Respeitando as limitações da Indy, espantaram a chuva, deram energia para Christian fazer uma corrida épica e escolheram a dedo o vencedor. Ninguém mais indicado que André Ribeiro para fazer render uma vitória na primeira corrida da categoria no Brasil. Considerado um piloto marketeiro, André respirava aliviado na noite de domingo. O resultado lhe dava "tranquilidade profissional". Óbvio, nenhum marketing sobrevive à falta de resultados. E, desde 94, mal ou bem eles vêm aparecendo para André. Por mais que declinasse das comparações, muita gente colocou André ao lado de Senna e todas aquelas memórias que um macacão vermelho, um motor Honda e uma bandeira nacional podem produzir. Um exagero que boa parte da mídia resolveu ignorar, ávida em fabricar um novo herói nacional da velocidade. O esporte, na verdade, vira detalhe nesses momentos. Análises críticas, realistas, dizem, soariam gratuitas, despeitadas. Falar que Gil de Ferran merecia vencer, que Greg Moore é muito rápido e que os dois ultrapassaram André de forma humilhante na primeira parte da corrida é bobagem. Falar que os dois são sérios candidatos a seguir a trilha aberta em direção à F-1 por Jacques Villeneuve é mais do que bobagem. Falar que o motor Honda e os pneus Firestone fazem até o obscuro Parker Johnstone andar é bobagem mesmo. E falar que, com o mesmo motor, o refugo da F-1 Alessandro Zanardi marcou a pole é... vocês já sabem. Temos, na verdade, é que nos reunir e tocar bumbo, participar do oba-oba. André, parabéns. Continue assim. O resto a mídia faz. Texto Anterior: Contra o lixo no fut, o luxo do Luxemburgo! Próximo Texto: SP x Rio; Na América; Descoberta; Turismo; Tarso Marques Índice |
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